Friedrich Nietzsche
Projeto gráfico de Raul Loureiro
Seleção e ensaio de Gérard Lebrun
Prefácio e revisão técnica de Márcio Suzuki
Posfácio de Antonio Candido
432 p. - 15 x 22,5 cm
ISBN 978-85-7326-551-4
2014
- 1ª edição
Por que ler Nietzsche? Como ler Nietzsche? Mais do que uma cômoda coleção de melhores momentos ou uma coleção de frases prêt-à-porter, estas Obras incompletas são uma tentativa de responder a essas duas perguntas que perseguem sem descanso os leitores do filósofo desde a década de 1870.
Por que ler Nietzsche? Para entrar na posse de uma tese ou de uma teoria? Ora, o filósofo é o primeiro a advertir que "a posse possui" e a convicção escraviza. E como, então, ler Nietzsche? Como discípulo ou devoto? Mas o próprio autor não tarda a recordar, pela boca de seu porta-voz Zaratustra, que o seguidor de hoje é o perseguidor de amanhã, que o crente mais pio não demora a aprisionar o espírito.
Atentos a esse alerta do próprio filósofo alemão, Gérard Lebrun e Rubens Rodrigues Torres Filho produziram um livro único. Em vez de um corpo de doutrina, o leitor de espírito livre encontrará um método de interrogação da condição humana em tudo que lhe é ou parece ser essencial. Bem e mal, verdade e mentira, mito e moral, vida e morte, história e tempo - às mãos de Nietzsche, tudo é matéria legítima para a investigação, inclusive a própria filosofia. Sob uma condição, a única: que não nos apressemos a chegar à resposta, que saibamos manter as perguntas em aberto, para que vivam livres e incompletas.
Sobre o autor
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Röcken, perto de Leipzig, em 1844, filho de um pastor luterano. Estudou letras clássicas na Escola de Pforta e nas universidades de Bonn e Leipzig, onde travou contato com o pensamento de Schopenhauer. Aluno brilhante, foi convidado aos 24 anos a lecionar filologia clássica na universidade de Basileia, onde permaneceu por dez anos. A partir dos livros O nascimento da tragédia no espírito da música (1872), Sobre verdade e mentira em sentido extramoral (1873) e A filosofia na época trágica dos gregos (1873), começou a tomar distância da filologia e a desenvolver uma escrita filosófica única. Ainda professor em Basileia, publicou as polêmicas Considerações extemporâneas (1873-1876) e a primeira parte de Humano, demasiado humano (1878). Em 1879, aposentou-se da universidade por motivo de saúde e, durante a década seguinte, levou vida nômade entre a Suíça, a Itália e o sul da França. Nesses anos, publicou em rápida sucessão o essencial de sua obra filosófica: Aurora (1881), A gaia ciência (1882), Assim falou Zaratustra (1883-1885), Além do bem e do mal (1886), Genealogia da moral (1887), O caso Wagner (1888), Crepúsculo dos ídolos (1889), além de sua autobiografia, Ecce homo (1888). No começo de 1889, sua saúde mental agravou-se definitivamente, e Nietzsche viveu por mais onze anos aos cuidados da mãe e da irmã, vindo a falecer de uma infecção pulmonar em Weimar, em 1900.
Sobre o tradutor
Rubens Rodrigues Torres Filho nasceu em Botucatu, SP, em 1942. Estudou filosofia na Universidade de São Paulo, onde se doutorou em 1967, com a tese O espírito e a letra: a crítica da imaginação pura em Fichte, depois publicada em livro (Ática, 1975). Ensinou história da filosofia moderna na mesma universidade de 1965 a 1994. Como tradutor, verteu para o português autores como Kant, Fichte, Schelling, Nietzsche, Novalis e Benjamin. Seus ensaios filosóficos estão reunidos em Ensaios de filosofia ilustrada (Brasiliense, 1987). Estreou como poeta ainda nos tempos de estudante, com o livro Investigação do olhar (Massao Ohno, 1963); publicou sete volumes de poesia, reunidos no último deles, Novolume (Iluminuras, 1997).
Veja também
|