|
29/05/2018
Na próxima terça-feira, dia 5 de junho, a partir das 19:30, Guilherme Gontijo Flores lança sua quinta coletânea poética, carvão :: capim, no bar Sabiá (rua Purpurina, 370, Vila Madalena, São Paulo).
Vida e morte pulsam neste livro com igual intensidade, tal como pulsam dentro de nós. Em carvão : : capim, esses dois elementos quase contraditórios funcionam, conjuntamente, como um símbolo do ciclo da vida.
Dividido em quatro partes, articuladas por dois poemas centrais que reinventam o famoso quadrado mágico poético "Sator/Rotas", o livro parte de uma "Petrografia esparsa", com poemas de cunho social, aludindo às tantas mortes que marcaram e continuam a marcar o solo da nossa história. Em seguida, "História dos animais" propõe uma zoopoética que não deixa de enxergar a beleza da morte iluminada, por exemplo, numa pedra de âmbar. Já "Quatro cantatas fúnebres" traz, entre outros, poemas dedicados à guerrilheira Dinalva Oliveira e ao poeta e revolucionário salvadorenho Roque Dalton, ambos assassinados por motivos políticos.
É sobre esse chão de morte que o livro grassa, indo e voltando sempre ao tema da morte, para desaguar na parte final, "Lo ferm voler" (referência a um verso do trovador provençal Arnaut Daniel), onde o impulso lírico-amoroso vem reafirmar a vida, o viço e a vontade: "Como quem vê no céu/ que estrelas faltam/ achar em cada falta/ seu desejo/ & assim deliberadamente/ desastrá-lo".
| |