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As aventuras de Nhô Quim, ou impressões de uma viagem à Corte

 

Angelo Agostini
Cândido Aragonez de Faria

Chão Editora

Indicação editorial: Sidney Chalhoub


200 p. - 15 x 21 cm
ISBN 978-65-80341-32-0
2024 - 1ª edição

O encontro do interiorano com a Corte era fonte infindável de pilhérias no Brasil do século xix. No teatro de Martins Pena, por exemplo. Em O juiz de paz da roça, José quer seduzir Aninha, carregá-la consigo para a cidade, logo fala muito do “que é que há lá tão bonito”: três teatros, homem que vira macaco, mágica com muito maquinismo, cosmorama na rua do Ouvidor, cabrito com duas cabeças, porco com cinco pernas.

O caiporismo também marcava presença naquele tempo. Como na literatura de Machado de Assis, nada menos. Num conto, “Último capítulo”, o protagonista e narrador da estória define o caipora — ele próprio — como o sujeito que, ao cair de costas, consegue quebrar o próprio nariz! Para saber como, vá ler o conto, que está em Histórias sem data, pois vale muito a pena.

Nhô Quim é ao mesmo tempo roceiro e azarado. Jovem de vinte anos, filho “de gente rica porém honrada”, vai parar na Corte porque o pai não aprova o seu namoro com donzela virtuosa mas sem vintém. Está criado o entrecho para as situações embaraçosas e chistes sem fim de As aventuras de Nhô Quim, ou impressões de uma viagem à Corte. Veem-se as imagens com aquela sensação de dó da vergonha alheia, pobre Nhô Quim, que perde o trem, sai à rua de saia, não acha mais o moleque que lhe devia servir, vira capanga eleitoral.

A graça das imagens, a aparente falta de pretensão de tudo, é uma janela ímpar para a observação da cultura e da sociedade do Brasil imperial. A “gente rica” não parece honrada, apega-se à escravidão, corrompe eleições, há espertalhões por toda parte. O posfácio de Marcelo Balaban e Aline dell’Orto oferece um panorama primoroso da arte das publicações ilustradas no Brasil oitocentista. O caiporismo de Nhô Quim é a sorte grande de seus leitores.

Sidney Chalhoub


Sobre os autores

Italiano da cidade de Vercelli, Angelo Agostini (1843-1910) chegou ao Brasil em 1859, depois de formação artística na França. Foi o primeiro caricaturista importante de São Paulo, onde trabalhou nos periódicos ilustrados Diabo Coxo e O Cabrião.


Em 1867, mudou-se para o Rio de Janeiro, então sede do Império, onde colaborou com diversas publicações. Em 1876 fundou a Revista Illustrada, iniciativa que duraria quinze anos, nela difundindo suas sátiras e caricaturas. Em 1895, o artista criou o periódico Don Quixote, onde continuou a publicar seus desenhos satíricos. É considerado um precursor dos quadrinhos.


Nascido em Laranjeiras (se), Cândido Aragonez de Faria (1849-1911) foi jornalista, caricaturista, ilustrador e professor. Estudou no Imperial Instituto Artístico e contribuiu em periódicos como A Pacotilha e A Folha Fluminense. Em 1869 fundou com o irmão o semanário O Mosquito.


Tornou-se um dos caricaturistas mais solicitados do Império. Com sua habilidade em articular histórias e situações curtas em quadrinhos, que já demonstrara em O Mosquito, em 1872 deu continuidade a As aventuras de Nhô Quim, que Angelo Agostini lançara em 1869.



Sobre os organizadores

Aline dell’Orto é doutora em história pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (2020), onde também completou seu mestrado em 2013. É membro associado do Centre d’Histoire Culturelle des Sociétés Contemporaines da Universidade de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines. Especializou-se na área de história do Brasil no século xix, com ênfase em imprensa, caricaturas, arte e circulação de impressos.


Marcelo Balaban graduou-se em letras pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e é mestre em história social da cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000) e doutor em história pela Universidade Estadual de Campinas (2005). É professor associado de história do Brasil e teoria da história do Departamento de História da Universidade de Brasília. Estuda a história do Brasil do século xix, com ênfase na literatura, na caricatura e em temas associados aos debates sobre raça e cidadania no período.



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