Paul Celan, pseudônimo de Paul Antschel, nasceu em 1920 em Tchernivtsi, na Romênia (cidade hoje pertencente à Ucrânia). Sua família pertencia a uma comunidade judaica que prosperara durante os 150 anos de domínio austríaco na região. Celan cresceu falando alemão em casa e romeno na escola. Também entendia iídiche e mais tarde se tornaria fluente em francês, russo e ucraniano, entre outros idiomas. Mas foi o alemão a língua que escolheu para escrever sua obra poética. Em 1939, com o início da guerra, Celan abandona os estudos de medicina iniciados em Tours, na França, e se matricula em filologia românica na Universidade de Tchernivtsi. Em 1940, como resultado do pacto entre Hitler e Stálin, Tchernivtsi é ocupada por tropas soviéticas, e no ano seguinte, com o colapso do pacto, pelas forças alemãs e romenas. Seus pais são deportados para um campo de concentração alemão onde morrem tragicamente em 1942. O próprio Celan passa por uma série de campos de trabalho ao longo de 18 meses, até a libertação da Romênia pelo Exército Vermelho em 1944. Após a guerra, Celan emigra para Bucareste, onde trabalha como tradutor e leitor numa editora e começa a publicar seus poemas e traduções. Em 1947, após breve estada em Viena, onde trava amizade com a poeta Ingeborg Bachmann, se estabelece em Paris, onde completa os estudos em filologia e literatura e se torna professor-leitor de alemão na École Normale Supérieure, cargo que manterá até o fim da vida. Em 1952, casa-se com a artista gráfica Gisèle Lestrange, com quem terá um filho, Eric, nascido em 1955, mesmo ano em que se torna cidadão francês. Recebe o Prêmio de Literatura da Cidade de Bremen em 1958 e o Prêmio Georg Büchner em 1960. Além da atividade literária, continua realizando numerosas traduções do francês, russo, italiano, romeno, português e hebraico, de autores como Rimbaud, Valéry, Michaux, Mandelstam, Blok, Shakespeare, Emily Dickinson, Cioran e Fernando Pessoa. Em 20 de abril de 1970, Paul Celan comete suicídio atirando-se no rio Sena, em Paris. Em vida publicou sete volumes de poesia: A areia das urnas (1948), Papoula e memória (1952), De limiar em limiar (1955), Grade da palavra (1959), A rosa de ninguém (1963), Ar-reverso (1967) e Sóis de fio (1968). Deixou ainda três livros publicados postumamente: Compulsão de luz (1970), Partida da neve (1971) e Sítio do tempo (1976). |
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