Escritos sobre mito e linguagem
(1915-1921)
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Walter Benjamin
Apresentação e notas de Jeanne Marie Gagnebin
Coedição: Duas Cidades
176 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-474-6
2011
- 2ª edição - (2013)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Talvez não seja exagero afirmar que este livro marca uma virada nos estudos de Walter Benjamin no Brasil, que, com algumas exceções, têm privilegiado a produção do autor a partir de 1928 - ano de publicação de Rua de mão única e Origem do drama barroco alemão, enfatizando sua reflexão sobre as transformações da narração, da percepção na grande cidade moderna capitalista e as mutações das práticas artísticas.
Ao reunir sete ensaios redigidos entre 1915 e 1921 grande parte deles nunca publicada em vida pelo autor, Escritos sobre mito e linguagem revela para o leitor brasileiro um momento fundamental, porém pouco conhecido, do percurso de Walter Benjamin: aquela fase de sua juventude em que dialética e metafísica travavam um diálogo de intensidade incomum. Longe de ser uma etapa mais tarde superada, é ela a responsável pela configuração extremamente original desse pensamento que combina poesia e política para iluminar a arte, a linguagem, a religião, o direito, a história, o poder e a violência.
Com organização, apresentação e notas de Jeanne Marie Gagnebin, este volume abre perspectivas inéditas para o estudo da obra benjaminiana entre nós. Apresentando novas e acuradas traduções, acompanhadas de valioso aparato crítico, Escritos sobre mito e linguagem traz textos indispensáveis como "Para uma crítica da violência" ou "A tarefa do tradutor" para todo leitor interessado em filosofia, ciências humanas, teoria literária e estética na contemporaneidade.
Sobre o autor
Walter Benjamin nasceu em 1892, em Berlim, na Alemanha. Em 1912 inicia seus estudos de filosofia, primeiramente em Freiburg e, mais tarde, em Berlim e Munique. Em 1917 casa-se com Dora Sophie Pollak e, para evitar o serviço militar, muda-se para a Suíça, onde conclui seu doutorado, O conceito de crítica de arte no romantismo alemão (1919), na Universidade de Berna. No ano seguinte retorna à Alemanha, onde sobrevive com dificuldades. Em 1923, obtém apoio financeiro do pai para redigir sua tese de livre-docência, Origem do drama barroco alemão (1925), que será recusada pela Universidade de Frankfurt. Nessa época, seus principais interlocutores são Gershom Scholem e Ernst Bloch. A partir do encontro em Capri com Asja Lacis, assistente teatral de Bertolt Brecht, em 1924, orienta suas leituras na direção do marxismo. No início dos anos 1930, concebe as bases de sua obra mais ambiciosa, que permanecerá inconclusa, O trabalho das passagens. Em 1933, com a perseguição aos judeus, foge da Alemanha, passando a levar uma vida precária e nômade, hospedando-se em pensões de Paris, Ibiza, San Remo ou na casa de amigos, como a de Brecht, exilado em Svendborg, na Dinamarca. Sobrevive escrevendo artigos para Frankfurter Zeitung e Literarische Welt e ensaios para a revista do Institut für Sozialforschung, dirigido por Adorno e Horkheimer. Em 1940, na iminência da invasão de Paris pelas tropas alemãs, Benjamin foge para o sul da França. Na noite de 26 para 27 de setembro, em Port-Bou, na fronteira com a Espanha, suicida-se ingerindo tabletes de morfina.
Sobre a organizadora
Jeanne Marie Gagnebin nasceu em Lausanne, na Suíça, em 1949. Após estudar filosofia, literatura alemã e grego antigo na Universidade de Genebra, concluiu o doutorado em filosofia na Universidade de Heidelberg, na Alemanha, em 1977. Vive e leciona no Brasil desde 1978, tendo realizado estágios de pós-doutorado em Constança, Berlim e Paris. É professora titular de filosofia na PUC-SP e livre-docente em teoria literária na Unicamp. Atualmente é responsável pela organização dos volumes e coordenação da tradução dos escritos de Walter Benjamin na Editora 34. É autora de Zur Geschichtsphilosophie Walter Benjamins (1978), Walter Benjamin: os cacos da História (1982), Histoire et narration chez Walter Benjamin (1994), Sete aulas sobre linguagem, memória e história (1997), Lembrar escrever esquecer (2006) e Limiar, aura e rememoração (2014).
Veja também
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