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Um jogador

 

Fiódor Dostoiévski

Tradução de Boris Schnaiderman
Ilustrações de Axl Leskoschek

232 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-310-7
2004 - (4ª edição - 2019)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

No início de outubro de 1866, Dostoiévski, imerso em dívidas, encontrava-se numa situação-limite: ou entregava a seu editor um novo livro até o dia 1º de novembro ou perderia o direito a qualquer remuneração por suas obras pelo prazo de nove anos. Com auxílio da taquígrafa Ana Grigórievna Snítkina, que logo se tornaria sua segunda esposa, o escritor lançou mão de sua experiência nas mesas de roleta &madash; iniciada anos antes, ao lado de sua amante Polina Súslova &madash;, para produzir, em pouco mais de vinte dias, esta obra vertiginosa.
Com uma trama em que todos os interesses giram em torno do dinheiro e em que se confrontam as culturas russa, francesa, inglesa e alemã, Um jogador é uma narrativa altamente satírica que, ao mesmo tempo, retrata de maneira insuperável a atmosfera dos cassinos, a paixão pelo jogo e a psicologia profunda de um jogador.


Sobre o autor
Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em Moscou em 1821, e estreou na literatura com o romance Gente pobre, em 1846, ao qual se seguiram O duplo (1846) e Noites brancas (1847), entre outros. Após ser preso e condenado à morte pelo regime tsarista em 1849, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, experiência retratada em Escritos da casa morta, livro que começou a ser publicado em 1860, um ano antes de Humilhados e ofendidos. Após esse período, escreve Memórias do subsolo (1864), Um jogador (1867), O eterno marido (1870) e uma sequência de grandes romances, Crime e castigo (1866), O idiota (1869), Os demônios (1872) e O adolescente (1875), culminando com a publicação de Os irmãos Karamázov em 1880. De 1873 até o ano de sua morte publicou ainda o Diário de um escritor, reunindo peças jornalísticas e de ficção. Reconhecido como um dos maiores autores de todos os tempos, Dostoiévski morreu em São Petersburgo, em 1881.





Sobre o tradutor
Boris Schnaiderman, considerado um dos maiores intelectuais e tradutores do russo em nosso país, nasceu em Úman, na Ucrânia, em 1917. Em 1925, aos oito anos de idade, veio com os pais para o Brasil, formando-se depois na Escola Nacional de Agronomia do Rio de Janeiro. Naturalizou-se brasileiro nos anos 1940, tendo se alistado para lutar na Segunda Guerra Mundial como sargento da FEB. Começou a fazer traduções de autores russos em 1944 e a colaborar na imprensa brasileira a partir de 1957, tendo publicado desde então diversos livros sobre cultura e literatura, além de versões para obras de Púchkin, Dostoiévski, Tolstói, Tchekhov, Górki, Maiakóvski e outros. Mesmo sem ter estudado formalmente Letras, foi escolhido para iniciar o curso de Língua e Literatura Russa da Universidade de São Paulo em 1960, instituição onde permaneceu até sua aposentadoria, em 1979, e pela qual recebeu o título de Professor Emérito em 2001. Ganhou em 2003 o Prêmio de Tradução da Academia Brasileira de Letras, e em 2007 foi agraciado pelo governo da Rússia com a Medalha Púchkin, em reconhecimento por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior. Faleceu em São Paulo em 2016, aos 99 anos de idade.


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