Fiódor Dostoiévski
Posfácio de Konstantin Motchulski
Xilogravuras de Oswaldo Goeldi
408 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-65-5525-037-4
2020
- (2ª edição 2023)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Em 1849, Dostoiévski, então com 28 anos, foi preso e condenado à morte por sua participação no Círculo de Pietrachévski, um grupo de intelectuais críticos ao regime tsarista. Instantes antes do fuzilamento, sua pena foi comutada para quatro anos de trabalhos forçados no presídio de Omsk, seguidos de mais quatro anos servindo como soldado raso em Semipalátinsk.
O período passado na Sibéria foi extremamente marcante para o escritor, que viu cair por terra sua imagem idealizada do povo russo, influenciada pelos socialistas utópicos, ao conviver com a dura realidade dos prisioneiros comuns vindos de todas as regiões da Rússia. O resultado dessa experiência-limite é este livro, Escritos da casa morta (também conhecido como Recordações da casa dos mortos), publicado entre 1860 e 1862, em que o autor, ao fazer um registro antropológico da vida e dos costumes dos presos, acaba por empreender um verdadeiro mergulho na psicologia do ser humano — algo que servirá de matéria-prima para todos os seus romances de maturidade.
A presente edição foi traduzida diretamente do russo por Paulo Bezerra, que também assina a apresentação do volume, e inclui três textos de época e um posfácio de Konstantin Motchulski, um dos principais biógrafos de Dostoiévski — todos inéditos em português —, além da série completa de 43 xilogravuras realizadas por Oswaldo Goeldi nos anos 1940.
Sobre o autor
Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em Moscou em 1821, e estreou na literatura com o romance Gente pobre, em 1846, ao qual se seguiram O duplo (1846) e Noites brancas (1847), entre outros. Após ser preso e condenado à morte pelo regime tsarista em 1849, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, experiência retratada em Escritos da casa morta, livro que começou a ser publicado em 1860, um ano antes de Humilhados e ofendidos. Após esse período, escreve Memórias do subsolo (1864), Um jogador (1867), O eterno marido (1870) e uma sequência de grandes romances, Crime e castigo (1866), O idiota (1869), Os demônios (1872) e O adolescente (1875), culminando com a publicação de Os irmãos Karamázov em 1880. De 1873 até o ano de sua morte publicou ainda o Diário de um escritor, reunindo peças jornalísticas e de ficção. Reconhecido como um dos maiores autores de todos os tempos, Dostoiévski morreu em São Petersburgo, em 1881.
Sobre o tradutor
Paulo Bezerra estudou língua e literatura russa na Universidade Lomonóssov, em Moscou, e foi professor de teoria da literatura na UERJ e de língua e literatura russa na USP. Livre-docente em Letras, leciona atualmente na Universidade Federal Fluminense. Já verteu diretamente do russo mais de quarenta obras nos campos da filosofia, psicologia, teoria literária e ficção, destacando-se suas traduções de Crime e castigo, O idiota, Os demônios, O adolescente e Os irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Em 2012 recebeu do governo da Rússia a Medalha Púchkin, por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior.
Veja também
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