A novela no início do Renascimento
Itália e França
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Erich Auerbach
Coordenação editorial, revisão técnica e posfácio de Leopoldo Waizbort
Prefácio de Fritz Schalk
160 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-042-8
2020
- 1a edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Publicado pela primeira vez em 1921, A novela no início do Renascimento marca a estreia de Erich Auerbach (1892-1957) na crítica literária, abrindo caminho para uma obra em que está contemplado todo o arco da literatura ocidental. Raras vezes a erudição foi vertida numa prosa tão clara e concisa.
Privilegiando sobretudo o Decameron de Giovanni Boccaccio, após Dante “juntar novamente mundo e destino”, Auerbach explica o momento em que as narrativas medievais, vinculadas à Bíblia e ao sagrado, dão lugar a uma nova forma de literatura, mostrando homens e mulheres enredados nos acontecimentos, prazeres e dores do mundo terreno.
A comparação não se dá apenas no tempo mas também no espaço. Ao contrastar a novela italiana, de caráter aristocrático, com a francesa que de início a imitou mas tinha origem burguesa, o crítico aponta para o rastilho que levará ao romance do século XIX, matriz da literatura moderna.
Sobre o autor
Erich Auerbach nasceu em 1892, em Berlim, Alemanha. De família burguesa abastada, estudou no Französisches Gymnasium daquela cidade e em 1911 iniciou os estudos jurídicos. Tornou-se doutor em Direito pela Universidade de Heidelberg em 1913 e, no ano seguinte, começou os estudos de Filologia Românica em Berlim. Em outubro de 1914, alistou-se como voluntário para lutar na Primeira Guerra Mundial, quando foi ferido e condecorado. Depois da guerra, retomou os estudos filológicos e doutorou-se três anos mais tarde pela Universidade de Greifswald. Em 1923, casou-se com Marie Mankiewitz, com quem teve seu único filho, Clemens, e no mesmo ano tornou-se bibliotecário na Preussische Staatsbibliothek, em Berlim. Em 1929, sucedeu a Leo Spitzer na cátedra de Filologia Românica da Universidade de Marburg, onde permaneceu até 1935, quando, atingido pelo regime nazista, foi exonerado. Na condição de exilado, voltou a suceder Leo Spitzer em 1936 como professor de Filologia Românica na Universidade de Istambul, Turquia. Durante a Segunda Guerra Mundial, sem acesso a grandes bibliotecas, redigiu Mimesis (1946), obra-prima da crítica literária do século XX. Emigrou para os Estados Unidos em 1947, tornando-se professor da Universidade da Pensilvânia (1948-49), pesquisador do Instituto de Estudos Avançados de Princeton (1949-50) e, em seguida, professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade Yale, onde lecionou até o ano de sua morte. Faleceu em New Haven, Connecticut, em 1957.
Sobre o tradutor
Tercio Redondo é professor de literatura alemã na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. É autor de Woyzeck: exploração social e forma dramática (Nankin, 2015), comentário e tradução integral da tragédia de Georg Büchner, além de organizador, com Simone Rossinetti Rufinoni, do livro Caminhos da lírica brasileira contemporânea: ensaios (Nankin, 2013). Traduziu O homem é um grande faisão no mundo, de Herta Müller (Companhia das Letras, 2012), A novela no início do Renascimento, de Erich Auerbach (Cosac Naify, 2013), As afinidades eletivas, de Johann Wolfgang von Goethe (Companhia das Letras, 2014), e Conversas de refugiados (Editora 34, 2017), de Bertolt Brecht, entre outros.
Veja também
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