Roberto Schwarz
128 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-65-5525-096-1
2022
Rainha Lira é o testemunho teatral de um veterano de 1964 sobre nossos últimos anos. “Últimos”, nesta peça de Roberto Schwarz, possuem também um sentido menos comezinho. De fato, de 2013 para cá, a autoimagem do Brasil oscilou turbulentamente de um extremo ao outro, a ponto de nos perguntarmos se sobrará pedra sobre pedra num horizonte próximo. Escrevendo sobre Brecht, o autor notou que o escritor alemão buscava em suas peças “orquestrar a cena ideológica em sua amplitude e cacofonia reais”. O leitor logo reconhecerá em Rainha Lira algo dessa mesma ordem. Reconhecerá também pessoas em personagens, mas aqui — como em Marx e Brecht — estas são acima de tudo figuras dos interesses de classe que se engalfinharam em nosso mais recente transe. Para Roberto Schwarz, ele aponta, além do mais, para impasses do capitalismo contemporâneo, cada vez mais excludente, esgarçando a vida social na direção de um vale-tudo que não se sabe o que prenuncia.
Sobre o autor
Roberto Schwarz nasceu em 1938, em Viena, na Áustria, e veio para o Brasil aos quatro meses de idade. Em 1960 formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, tornando-se mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de Yale, nos EUA, em 1963, e doutor em Estudos Latino-Americanos (Estudos Brasileiros) pela Universidade de Paris III, em 1976. Foi professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP entre 1963 e 1968, e professor de Teoria Literária na Universidade Estadual de Campinas entre 1978 e 1992. Publicou, entre outros, A sereia e o desconfiado (1965), Ao vencedor as batatas (1977), O pai de família e outros estudos (1978), Que horas são? (1987), Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis (1990), Duas meninas (1997), Sequências brasileiras (1999) e Martinha versus Lucrécia (2012).
Veja também
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