Figurações
ensaios críticos
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Sylvia Molloy
Posfácio de Adriana Kanzepolsky
Projeto gráfico de Raul Loureiro
232 p. - 15 x 22,5 cm
ISBN 978-65-5525-121-0
2022
- 1ª edição
Nome incontornável das letras hispano-americanas na virada do século XX para o XXI, a argentina Sylvia Molloy (1938-2022) deixou um rico legado como escri¬tora e crítica. Figurações reúne uma amostra generosa de seus ensaios sobre literatura, cobrindo o essencial de suas paixões e indagações de leitora. Capaz de afeição e distância, de admiração e ironia diante das autoras e dos autores que a ocuparam ao longo da vida, Molloy sabia reler como ninguém, isto é, ler deslocando, ler por meio de variações de foco e de ângulo que tornavam mais ricas as obras que lhe caíam nas mãos. O resultado é uma visão original dos textos literários em sua complexa capacidade de revelar e ocultar, de figurar e transfigurar, como se vê nestes ensaios sobre seus temas de predileção: os “pais fundadores” argentinos e hispano-americanos, a começar por Sarmiento, Mar¬tí e Darío; a tradição das mulheres de letras, num arco que vai de Teresa de la Parra e Victoria Ocampo a Alejandra Pizarnik (de quem foi amiga) e à própria Molloy ficcionista; a questão do gênero, vinculada com vigor à questão do sujeito moderno; e por fim a obra de Jorge Luis Borges, objeto de seu primeiro grande livro e inspiração para alguns dos mais belos textos de Figurações.
Sobre a autora
Sylvia Molloy nasceu em Buenos Aires em 1938 e viveu nos Estados Unidos por mais de quarenta anos. Doutora em Literatura Comparada pela Sorbonne, lecionou nas universidades de Princeton e Yale e foi professora emérita da cátedra Albert Schweitzer em Humanidades na Universidade de Nova York, onde criou e dirigiu o programa de escrita criativa em espanhol. É autora dos ensaios Las letras de Borges (1979), Acto de presencia (1996, publicado no Brasil como Vale o escrito: a escrita autobiográfica na América Hispânica, 2004), Poses de fin de siglo: desbordes del género en la modernidad (2012) e Citas de lectura (2017). É igualmente coeditora dos livros Women’s Writing in Latin America (1991), Hispanisms and Homosexualities (1998) e Poéticas de la distancia (2006). Publicou ainda os romances En breve cárcel (1981, publicado no Brasil como Em breve cárcere, 1995) e El común olvido (2002), além dos relatos autobiográficos Varia imaginación (2003), Desarticulaciones (2010) e Vivir entre lenguas (2016, publicado no Brasil como Viver entre línguas, 2018). Sylvia Molloy faleceu em Nova York, em 14 de julho de 2022.
Sobre a organizadora
Paloma Vidal, nascida em Buenos Aires em 1975, é escritora e ensina Teoria Literária na Universidade Federal de São Paulo. Publicou romances, peças, volumes de contos e de poesia, entre os quais Algum lugar (2009), Mar azul (2012), Três peças (2014), Dupla exposição (2016), Wyoming e Menini (2018). Seus livros mais recentes são os romances Pré-história (2020) e La banda oriental (2021). Em crítica literária publicou A história em seus restos: literatura e exílio no Cone Sul (2004), Escrever de fora: viagem e experiência na narrativa argentina contemporânea (2011) e Estar entre: ensaios de literaturas em trânsito (2019). É editora da revista Grumo (salagrumo.com) e tradutora de autores e autoras latino-americanos, como Clarice Lispector, Adolfo Bioy Casares, Margo Glantz, Tamara Kamenszain, Lina Meruane, Silviano Santiago e Sylvia Molloy.
Sobre a tradutora
Gênese Andrade, nascida em São Paulo, é doutora em Literatura Hispano-Americana pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela Unicamp. Professora titular de literatura na FAAP (São Paulo), dedica-se em especial ao estudo das vanguardas brasileiras e hispano-americanas. É igualmente tradutora de diversos autores e ensaístas hispano-americanos, como Macedonio Fernández, Museu do romance da eterna (2010), e Gonzalo Aguilar, Hélio Oiticica: a asa branca do êxtase (2016) e A máquina performática: literatura no campo experimental (2017). É autora de Pagu/Oswald/Segall (2009), Vicente do Rego Monteiro (2013) e “Artistic Vanguards in Brazil, 1917-1967”, in Oxford Research Encyclopedia of Latin American History (2019). Organizou, entre outros volumes, Feira das Sextas (2004) e Arte do Centenário e outros escritos (2022), ambos de Oswald de Andrade, Modernismos 1922-2022 (2022) e Correspondência Mário de Andrade & Oswald de Andrade (no prelo). Foi coorganizadora de Un diálogo americano: modernismo brasileño y vanguardia uruguaya (2006) e de Oswald de Andrade, Manifesto Antropófago e outros textos (2017), além de coordenar, com Jorge Schwartz, a edição atual da obra de Oswald de Andrade pela editora Companhia das Letras. Foi curadora das exposições Trabalhos de um poeta: Jorge de Lima (Cedae-Unicamp, 2005), Pagu/Oswald/Segall (Museu Lasar Segall, 2009), 100 Orpheu (Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin-USP, 2015) e co-curadora da Ocupação Haroldo de Campos — H LÁXIA (Itaú Cultural e Casa das Rosas, 2011).
Veja também
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