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O cupom falso

 

Lev Tolstói

Tradução de Priscila Marques

96 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-143-2
2023 - 1ª edição

Depois de levar a arte do romance ao seu apogeu com Guerra e paz e Anna Kariênina — amplos panoramas que desenham com nitidez espantosa tanto o que se passa no interior do indivíduo como no conjunto das forças sociais —, Lev Tolstói, no auge de sua fama, dedicou-se a buscar uma forma minimalista, capaz de condensar nas poucas páginas de uma novela toda a riqueza e a complexidade de um grande romance. Concebido ao longo de mais de uma década e publicado somente em 1911, um ano após a morte do autor, O cupom falso está estruturado em duas partes simétricas. Se, na primeira, a falsificação de um cupom (espécie de nota promissória com valor de dinheiro na sociedade russa da época) por um jovem estudante dispara uma sequência de acontecimentos catastróficos envolvendo múltiplos personagens, na segunda parte assistimos ao movimento reverso, em que as ações humanas passam do mal à redenção. Mestre da arte narrativa, Tolstói alcançou em O cupom falso aquilo que a tradutora Priscila Marques definiu com exatidão, no posfácio, como “uma forma justa” — isto é, uma forma literária capaz de expressar artisticamente sua implacável sede por justiça e verdade.


Sobre o autor
Lev Nikoláievitch Tolstói nasce em 1828 na Rússia, em Iásnaia Poliana, propriedade rural de seus pais, o conde Nikolai Tolstói e a princesa Mária Volkônskaia. Em 1845, Tolstói ingressa na Universidade de Kazan para estudar Línguas Orientais, mas abandona o curso e transfere-se para Moscou e depois para Petersburgo. Em 1851 alista-se no exército russo, servindo no Cáucaso, e começa a sua carreira de escritor, publicando os livros de ficção Infância, Adolescência e Juventude em 1852, 1854 e 1857, respectivamente. De volta à Iásnaia Poliana, funda uma escola para os filhos dos servos de sua propriedade rural. Em 1862 casa-se com Sófia Andréievna Behrs, então com dezessete anos, com quem teria treze filhos. Os cossacos é publicado em 1863, Guerra e paz, entre 1865 e 1869, e Anna Kariênina, entre 1875 e 1878, livros que trariam enorme reconhecimento ao autor. No auge do sucesso, Tolstói passa a ter recorrentes crises existenciais, processo que culmina na publicação de Confissão, em 1882, onde o autor renega sua obra e assume uma postura social-religiosa que se tornaria conhecida como “tolstoísmo”. Mesmo assim, continua a produzir obras-primas como as novelas A morte de Ivan Ilitch (1886), A Sonata a Kreutzer (1891) e Khadji-Murát (1905). Espírito inquieto, foge de casa aos 82 anos de idade para se retirar em um mosteiro, mas falece a caminho, vítima de pneumonia, na estação ferroviária de Astápovo, em 1910.


Sobre a tradutora
Priscila Marques nasceu em São Paulo em 1982. É formada em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com mestrado e doutorado em Literatura e Cultura Russa pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Traduziu, para a Editora 34, dois contos incluídos na antologia Clássicos do conto russo (2015), a novela Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski (2016), e mais de vinte textos para o volume Contos reunidos de Dostoiévski (2017). É também autora da organização, tradução e notas da coletânea Liev S. Vigotsky: escritos sobre arte (Mireveja, 2022).



Veja também
Anna Kariênina
A morte de Ivan Ilitch
Khadji-Murát

 


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