O anti-Édipo
Capitalismo e esquizofrenia 1
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Gilles Deleuze
Félix Guattari
560 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-446-3
2010
- (2ª edição - 2011)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Este é um livro revolucionário, em múltiplos sentidos. Não só porque seus autores o escreveram sob o influxo de Maio de 68, mas sobretudo porque seu alvo é compreender e libertar a potência revolucionária do desejo, dinamitando as categorias em que a psiquiatria e a psicanálise o enquadraram.
No centro do conflito está a concepção freudiana do inconsciente como teatro e representação - e sua pedra de toque, o drama de Édipo. Para Deleuze e Guattari, ao contrário, o inconsciente não é teatro, mas usina; não é povoado por atores simbólicos, mas por máquinas desejantes; e Édipo, por sua vez, não passa da história de um longo "erro" que bloqueia as forças produtivas do inconsciente, aprisiona-as no sistema da família e assim as remete a um teatro de sombras.
Com agilidade impressionante, O anti-Édipo combina dispositivos da filosofia, da literatura, da antropologia, da arte, da economia, da ciência, da política e da biologia - além de um sem-número de alusões e citações que correriam o risco de passar despercebidas não fosse o trabalho rigoroso do tradutor Luiz B. L. Orlandi, que dotou esta edição de valiosas notas informativas -, para articular uma crítica radical da cultura que acabou por definir uma das linhas de força do pensamento contemporâneo.
Sobre o autor
Gilles Deleuze nasceu em 1925, em Paris. Estudou no Liceu Carnot e depois filosofia na Sorbonne, onde obteve o Diploma de Estudos Superiores em 1947. Entre 1948 e 1957 lecionou nos liceus de Amiens, Orléans e no Louis-Le-Grand, em Paris. Trabalhou como assistente em História da Filosofia na Sorbonne entre 1957 e 1960, e foi pesquisador do CNRS até 1964, ano em que passou a lecionar na Faculdade de Lyon, lá permanecendo até 1969. De 1969 a 1987, deu aulas na célebre Universidade de Vincennes, um dos polos do ideário de Maio de 1968, quando firmou a sólida e produtiva relação com Félix Guattari de que resultaram os livros O anti-Édipo (1972), Kafka (1975), Mil platôs (1980) e O que é a filosofia? (1991). É autor também de obras fundamentais como Diferença e repetição (1968), Lógica do sentido (1969), Cinema 1 - A imagem-movimento (1983), Cinema 2 - A imagem-tempo (1985) e Crítica e clínica (1993), além de estudos sobre Hume, Kant, Bergson, Nietzsche, Espinosa e Foucault, entre outros. Faleceu em Paris, em 1995, e é hoje considerado um dos mais importantes filósofos do século XX.
Sobre o tradutor
Luiz B. L. Orlandi nasceu em Jurupema, SP, em 1936. Graduou-se em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara em 1964, cursando em seguida Pós-Graduação em Filosofia na USP. Em 1968 transferiu-se para a França, estudando linguística na Universidade de Besançon e defendendo mestrado sobre a obra de Todorov. De volta ao Brasil, tornou-se doutor em Filosofia pela Unicamp, em 1974, com uma tese sobre Merleau-Ponty mais tarde publicada em livro (A voz do intervalo, 1980). Atualmente é professor titular do Departamento de Filosofia da Unicamp e professor do Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC-SP. Da obra de Gilles Deleuze, da qual é um dos grandes intérpretes no Brasil, traduziu Diferença e repetição (com Roberto Machado, 1988), A dobra (1991), Bergsonismo (1999), Empirismo e subjetividade (2001), A ilha deserta e outros textos (coordenador da tradução coletiva, 2006), além de O anti-Édipo, de Deleuze e Guattari (2010).
Veja também
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