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Essa mulher e outros contos

 

Rodolfo Walsh

Com o respaldo do Programa Sur de Apoio à Tradução
do Ministério de Relações Exteriores da Argentina

256 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-453-1
2010 - 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

O nome de Rodolfo Walsh, nascido na Argentina em 1927, evoca não apenas o militante político barbaramente assassinado pela ditadura nas ruas de Buenos Aires em 1977, mas também o narrador que, com o tempo, seria reconhecido como um dos escritores latino-americanos mais importantes da atualidade.
     Este volume, o primeiro livro de Walsh a sair em português, reúne a totalidade dos seus chamados "contos literários", nos quais não raro o elemento biográfico e o dado histórico servem de base para narrativas poderosas, que espantam pela acuidade com que o autor encena, de forma concentrada e sutil, conflitos universais de profundas implicações éticas e políticas.
     E se a dimensão política perpassa quase todos os textos — com destaque para "Essa mulher", considerado por muitos o melhor conto da literatura argentina do século XX —, o que sobressai no conjunto é a precisão estilística que atravessa diversos registros, desde a concisão mais extrema até a polifonia de sabor joyciano, captados com primor na presente tradução. Foram essas qualidades que levaram Ricardo Piglia — cuja histórica entrevista com o autor é aqui reproduzida — a declarar que a obra de Walsh é "um dos grandes momentos da literatura argentina contemporânea".

Leia aqui trecho do conto "Nota de rodapé".

Ouça aqui o conto "Esa mujer", na voz de Rodolfo Walsh.


Sobre o autor
Rodolfo Jorge Walsh nasceu em 25 de janeiro de 1927, na província argentina de Neuquén. Atuou no campo literário primeiramente como tradutor e editor, mais tarde como jornalista e ficcionista - muitas vezes sobrepondo e fundindo essas atividades. Suas principais obras são os romances-reportagem Operación massacre (1957), Caso Satanowsky (1958) e ¿Quién mató a Rosendo? (1969), que o qualificam como precursor e expoente do new journalism, e os volumes de contos Los oficios terrestres (1965), Un kilo de oro (1967) e Un oscuro día de justicia (1973), nos quais a violenta beleza de sua prosa atinge seu ponto máximo. Deixou ainda uma série de contos policiais e duas peças de teatro, La granada e La batalla (ambas de 1965). Postumamente, parte de sua vasta produção jornalística foi reunida no volume El violento oficio de escribir (1995).

Walsh é também lembrado por sua vigorosa entrega à militância política, que marcou seus últimos dez anos de vida, quando aderiu à esquerda revolucionária peronista, chegando à liderança do movimento Montoneros. Para várias gerações de intelectuais, sua contundente "Carta aberta à Junta Militar", em que denunciou os crimes da ditadura instaurada em 1976, tornou-se um modelo de resistência aos regimes autoritários e de fé na força da palavra contra os desmandos do poder. Walsh foi assassinado por um comando militar em 25 de março de 1977, logo depois de postar cópias daquela carta a amigos e colaboradores ao redor do mundo.


Sobre os tradutores
Sérgio Molina nasceu em Buenos Aires em 1964 e mudou-se para o Brasil aos dez anos de idade. Estudou Ciências Sociais, Letras, Editoração e Jornalismo na USP. Começou a traduzir do espanhol em 1986 e verteu para o português mais de sessenta livros, de autores como Alejo Carpentier, Jorge Luis Borges, Ricardo Piglia, Roberto Arlt, Mario Vargas Llosa, Tomás Eloy Martínez, Ernesto Sabato, César Aira e Javier Cercas. Sua tradução para a primeira parte de D. Quixote foi premiada na 46º edição do Prêmio Jabuti (2004).

Rubia Prates Goldoni é doutora em Letras pela USP e tradutora, com cerca de quarenta títulos publicados. Foi professora de Literatura Espanhola e de Prática de Tradução na Unesp. Entre os autores que traduziu estão Federico García Lorca, Ricardo Piglia, Mario Benedetti, Jules Verne e Carmen Laforet. Em 2009, recebeu o Prêmio FNLJ Monteiro Lobato de Melhor Tradução Jovem, por Kafka e a boneca viajante, de Jordi Sierra i Fabra.


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