36 p. - 20 x 20 cm
ISBN 978-85-7326-556-9
É possível sentir dor na dentadura? Ou sofrer de "encrencoma" benigno? Será que a intuição, esse sexto sentido, também sofre de dor de ouvido? Ora, pílulas! oferece aos leitores catorze drágeas inéditas da poesia de Tatiana Belinky - verdadeiros amuletos contra o medo, a inveja, o tédio e outros maus humores. Acompanhados por figuras divertidas, criadas pela artista Veridiana Scarpelli, os poemas e os desenhos aqui reunidos formam uma rede de associações inesperadas, em que palavra e imagem, sempre abertas, brincam e provocam-se mutuamente.
Tatiana Belinky nasceu na cidade de São Petersburgo, na Rússia, em 1919, e mudou-se com os pais para Riga, capital da Letônia, aos dois anos de idade. Em 1929, a família transferiu-se para o Brasil, instalando-se em São Paulo, onde, após cursar o ginásio no Mackenzie, Tatiana estudou Línguas e Filosofia. Em 1940, casou-se com o médico psiquiatra e educador Júlio Gouveia. Juntos os dois seriam responsáveis por várias iniciativas culturais pioneiras na cidade e no país, como a fundação do Teatro-Escola de São Paulo em 1948, as experiências de teleteatro na década de 1950 e 1960 (quando chegou a fazer roteiros de mais de mil obras clássicas da literatura e da dramaturgia) ou, ainda, a criação da primeira adaptação televisiva da obra de Monteiro Lobato, O Sítio do Pica-Pau Amarelo. Paralelamente a sua carreira como autora infantil, com mais de 130 livros publicados e alguns dos mais importantes prêmios literários do país, Tatiana desenvolveu uma sólida trajetória como tradutora, vertendo com extrema qualidade obras clássicas e contemporâneas de língua inglesa, alemã, mas sobretudo de sua amada literatura russa, como Almas mortas, de Gógol, A morte de Ivan Ilitch, de Tolstói, e inúmeros poemas, contos e novelas de autores como Púchkin, Leskov, Turguêniev, Górki, Tchekhov e outros. Faleceu em São Paulo, em 2013, aos 94 anos de idade.
Veridiana Scarpelli nasceu, vive e trabalha em São Paulo. Formada em Arquitetura pela FAU-USP, deu muitas voltas até entender que desenhar o mundo podia ser um trabalho. Ilustrou revistas como a Serrote, jornais como a Folha de S. Paulo e mais de trinta livros de diferentes autores. Foi três vezes finalista do Prêmio Jabuti e teve seu trabalho exposto durante a Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália (2014) e na Bienal Internacional de Bratislava, na Eslováquia (2021). É autora do livro As aventuras de Vitório (Companhia das Letrinhas, 2024).