Meu companheiro de estrada e outros contos
| |
Maksim Górki
400 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-566-8
2014
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Considerado um dos grandes escritores russos, autor de contos, romances, artigos de jornal, peças de teatro e memórias, Maksim Górki (1868-1936) foi uma figura singular no meio intelectual de sua época. Oriundo de uma família sem recursos, desde cedo teve que procurar seu próprio sustento, perambulando por diversas paragens da vasta Rússia à procura de trabalho, sempre à beira da marginalidade. Essa experiência lhe deu uma perspectiva diferente, original, ao criar suas histórias. Pela primeira vez, o povo russo era retratado por um dos seus, e de forma sensível, verídica, com todas as suas contradições.
Ao publicar suas primeiras narrativas nos anos 1890, o talento de Górki foi imediatamente reconhecido, conquistando a admiração de nomes como Tolstói e Tchekhov. No início do século XX, já escritor famoso, empenhou-se de corpo e alma na causa da revolução, sendo preso e exilado pelo regime tsarista. Após 1917, usou diversas vezes seu prestígio para defender a liberdade de expressão no regime soviético.
A presente coletânea de contos, organizada e traduzida por Boris Schnaiderman, busca oferecer ao leitor uma amostra da riqueza e complexidade da obra de Górki - autor que, como nenhum outro, simbolizou as radicais transformações ocorridas em seu país.
Sobre o autor
Maksim Górki ("Máximo, o Amargo", pseudônimo de Aleksei Maksímovitch Piechkóv) nasceu em Níjni-Nóvgorod, em 1868. Desde os dez anos de idade, com a morte dos pais, teve de prover seu próprio sustento, trabalhando como sapateiro, lavador de pratos, estivador, padeiro, e viajando por diversas localidades de seu país, praticamente à beira da marginalidade. Leitor voraz e escritor autodidata, em 1884 tentou ingressar na universidade de Kazan, sem sucesso. Essa fase cheia de privações seria retratada na trilogia autobiográfica Infância (1914), Ganhando meu pão (1916) e Minhas universidades (1923). Após colaborar em jornais e revistas, publicou em 1898 seu primeiro livro de contos, muitos deles retratando as duras experiências que viveu, e o jovem autor obteve êxito imediato. Usou então de seu prestígio e dos direitos autorais que acumulou em prol do movimento revolucionário, e escreveu uma série de obras de forte denúncia social, como as peças Os pequeno-burgueses (1901) e No fundo (1902) e o romance Mãe (1907). Preso diversas vezes pelo regime tsarista, acabou se exilando na Itália em 1906, morando em Capri até o início da Primeira Guerra Mundial. Deflagrada a Revolução de Outubro de 1917, dedicou-se à promoção e preservação da cultura, exercendo alguns cargos no novo governo. Nos anos 1920 radicou-se novamente na Itália para tratar da saúde, continuando a escrever textos de ficção, como o romance O negócio dos Artamonov (1925), além de reminiscências sobre Tchekhov, Tolstói e Lênin. Voltou à Rússia em 1928, recebendo inúmeras homenagens do regime soviético. Faleceu em Moscou, em 1936, aos 68 anos.
Sobre o tradutor
Boris Schnaiderman, considerado um dos maiores intelectuais e tradutores do russo em nosso país, nasceu em Úman, na Ucrânia, em 1917. Em 1925, aos oito anos de idade, veio com os pais para o Brasil, formando-se depois na Escola Nacional de Agronomia do Rio de Janeiro. Naturalizou-se brasileiro nos anos 1940, tendo se alistado para lutar na Segunda Guerra Mundial como sargento da FEB. Começou a fazer traduções de autores russos em 1944 e a colaborar na imprensa brasileira a partir de 1957, tendo publicado desde então diversos livros sobre cultura e literatura, além de versões para obras de Púchkin, Dostoiévski, Tolstói, Tchekhov, Górki, Maiakóvski e outros. Mesmo sem ter estudado formalmente Letras, foi escolhido para iniciar o curso de Língua e Literatura Russa da Universidade de São Paulo em 1960, instituição onde permaneceu até sua aposentadoria, em 1979, e pela qual recebeu o título de Professor Emérito em 2001. Ganhou em 2003 o Prêmio de Tradução da Academia Brasileira de Letras, e em 2007 foi agraciado pelo governo da Rússia com a Medalha Púchkin, em reconhecimento por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior. Faleceu em São Paulo em 2016, aos 99 anos de idade.
Veja também
|