No campo da honra e outros contos
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Isaac Bábel
Prefácio de Boris Schnaiderman
264 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-581-1
2014
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Autor da prosa mais intensa e original da Rússia pós-revolucionária, Isaac Bábel tornou-se conhecido mundialmente a partir da publicação dos contos de O exército de cavalaria, em 1926. Figura enigmática, seu enorme prestígio junto às autoridades do regime soviético não o pôs a salvo da perseguição stalinista: preso em 1939 sob a acusação de "atividades antissoviéticas e espionagem", foi sumariamente fuzilado em janeiro do ano seguinte.
O volume No campo da honra e outros contos, organizado e traduzido por Nivaldo dos Santos, e prefaciado por Boris Schnaiderman, traz narrativas de todas as fases de sua carreira: desde o primeiro conto publicado, em 1913, até o último, intitulado "O julgamento", de 1938. Aqui estão presentes os principais temas de sua obra: relatos da infância vivida na Moldavanka, o bairro judeu de Odessa, histórias de sua juventude aventureira e contos surpreendentes que têm a guerra como pano de fundo.
Dotado de imaginação exuberante e da capacidade de aferir o peso de cada palavra na distribuição justa da frase, a escrita de Bábel parece ter encontrado uma fórmula secreta, incomparável, na qual - nas palavras de Jorge Luis Borges - "a música do estilo contrasta com a quase inefável brutalidade de certas cenas".
Sobre o autor
Isaac Emanuílovitch Bábel nasceu em uma família judaica de Odessa, na Ucrânia, a 13 de julho de 1894. Terminada a escola primária, Bábel ingressou no Instituto Comercial e Financeiro de Kíev - cidade em que se dá sua estreia literária, com a publicação do conto "O velho Shloime" (1913). Em 1915 transfere-se para Petrogrado em busca de emprego. Sua sorte muda quando conhece Maksim Górki, que o ajuda a publicar seus contos e o contrata para colaborar no jornal Novaia Jizn. Com a Revolução de 1917, inicia-se um período de experiências bastante intensas e diversificadas para Bábel: trabalha como tradutor junto à polícia secreta, a Tcheká, da Comuna do Norte, e depois no Comissariado do Povo para a Educação; toma parte nas expedições organizadas pelo governo para requisição de alimentos no campo; e cobre como correspondente de guerra o conflito entre a Rússia e a Polônia - experiência que está na base de seu livro mais conhecido, O exército de cavalaria (1926). Na década de 1930, já um escritor consagrado, consegue uma vida de certo privilégio em meio à tumultuada trajetória de seu país. No entanto, em maio de 1939, com o terror stalinista, foi preso sob a acusação de espionagem e atividades antissoviéticas. Após um julgamento sumário, foi morto por fuzilamento em 27 de janeiro de 1940.
Sobre o tradutor
Nivaldo dos Santos é professor de russo do Centro de Ensino de Línguas da Universidade Estadual de Campinas. Obteve a graduação e o mestrado na área de russo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde defendeu dissertação sobre os Contos de Odessa, de Isaac Bábel. Trabalhou como locutor e tradutor na Rádio Estatal de Moscou no final dos anos 1990. Traduziu as novelas Noites brancas, de Fiódor Dostoiévski (Editora 34, 2005) e Tarás Bulba, de Nikolai Gógol (Editora 34, 2007), o romance policial A morte de um estranho, de Andrei Kurkov (A Girafa, 2006), e a coletânea No campo da honra e outros contos, de Isaac Bábel (Editora 34, 2104).
Veja também
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