Dois regimes de loucos
Textos e entrevistas (1975-1995)
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Gilles Deleuze
Edição preparada por David Lapoujade
Revisão técnica de Luiz B. L. Orlandi
448 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-635-1
2016
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Organizada por David Lapoujade, a coletânea Dois regimes de loucos, de Gilles Deleuze, lançada na França em 2003, foi saudada no mundo inteiro como um marco decisivo. Cobrindo os últimos vinte anos da vida do autor, período que viu nascer obras tão cruciais para a filosofia contemporânea como Mil platôs, Cinema 1 e Cinema 2, O que é a filosofia?, A dobra, Crítica e clínica, os textos e intervenções aqui reunidos têm o amplo poder de, por um lado, iluminar esses grandes livros, o contexto de sua escrita e de sua recepção, e, por outro, de soarem inteiramente novos, mesmo aos leitores experimentados em sua obra.
A chave para esse efeito inusitado reside no fato de que, como aponta Peter Pál Pelbart, Deleuze opera os conceitos como uma necessidade vital, "um acontecimento sempre por vir". É isso que faz com que os mais de sessenta ensaios, artigos, cartas, manifestos, depoimentos e entrevistas aqui coligidos configurem um campo sempre aberto para a experimentação do pensamento. Quer tratando de Proust ou da questão palestina, de Francis Bacon, Maio de 68, o cinema, a psicanálise ou os "novos filósofos", o autor de O anti-Édipo é capaz de extrair de cada matéria um problema e um conceito novos, inseparáveis de uma afetividade, uma percepção, um modo de viver e criar.
Sobre o autor
Gilles Deleuze nasceu em 1925, em Paris. Estudou no Liceu Carnot e depois filosofia na Sorbonne, onde obteve o Diploma de Estudos Superiores em 1947. Entre 1948 e 1957 lecionou nos liceus de Amiens, Orléans e no Louis-Le-Grand, em Paris. Trabalhou como assistente em História da Filosofia na Sorbonne entre 1957 e 1960, e foi pesquisador do CNRS até 1964, ano em que passou a lecionar na Faculdade de Lyon, lá permanecendo até 1969. De 1969 a 1987, deu aulas na célebre Universidade de Vincennes, um dos polos do ideário de Maio de 1968, quando firmou a sólida e produtiva relação com Félix Guattari de que resultaram os livros O anti-Édipo (1972), Kafka (1975), Mil platôs (1980) e O que é a filosofia? (1991). É autor também de obras fundamentais como Diferença e repetição (1968), Lógica do sentido (1969), Cinema 1 - A imagem-movimento (1983), Cinema 2 - A imagem-tempo (1985) e Crítica e clínica (1993), além de estudos sobre Hume, Kant, Bergson, Nietzsche, Espinosa e Foucault, entre outros. Faleceu em Paris, em 1995, e é hoje considerado um dos mais importantes filósofos do século XX.
Sobre o tradutor
Guilherme Figueiredo dos Santos Ivo nasceu em Poços de Caldas, Minas Gerais, em 1989. Formou-se em filosofia na Unicamp em 2013, mesma instituição onde fez seu mestrado, sob a orientação de Luiz B. L. Orlandi. Traduziu, entre outros autores, Henry Miller, Henry James, François Zourabichvili, Georges Didi-Huberman e Gilles Deleuze, do qual verteu ao português os livros Dois regimes de loucos (2016) e Espinosa e o problema da expressão (2017, com membro do GT Deleuze - 12), ambos pela Editora 34. Faleceu prematuramente em um acidente automobilístico em outubro de 2018.
Veja também
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