Marcel Cohen
Projeto gráfico de Raul Loureiro
152 p. - 15,5 x 22,5 cm
ISBN 978-85-7326-654-2
2017
- (1º edição - 2017)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Nas primeiras linhas de A cena interior, Marcel Cohen declara: "este livro precisava ser escrito". Fruto do trabalho de toda uma vida, estas páginas reúnem tudo o que o autor pôde recordar ou saber dos oito membros de sua família deportados para os campos de extermínio nazistas no final de 1943. Tendo escapado à morte por obra do mero acaso - mas também da coragem de quem se arriscou para salvar o menino de cinco anos e meio -, Marcel Cohen erige neste livro belo e áspero um memorial aos desaparecidos: Marie e Jacques, Monique, Sultana e Mercado, Joseph, Rebecca, David. Família comum, que deixa Istambul na década de 1920 em busca de uma vida mais livre em Paris e logo se vê brutalmente encurralada, os Cohen exalam humanidade nos breves capítulos de A cena interior. Não por meio de uma injeção de sopro romanesco, e sim por uma atenção persistente e amorosa do autor a fatos, traços, memórias remanescentes: uma frase dita à mesa, um ritual doméstico, algumas fotos, um bracelete, um perfume...
Sobre o autor
Marcel Cohen nasceu em 1937, em Asnières-sur-Seine, nos arredores de Paris. Filho de judeus turcos, perdeu boa parte da família durante o Holocausto. Jornalista de formação, trabalhou em várias partes do mundo para a imprensa francesa. Seu primeiro livro, o romance Galpa, foi lançado em 1969, seguido de títulos como Murs (1979), Miroirs (1980), Le Grand Paon-de-nuit (1990) e Assassinat d'un garde (1998). Em 2002, deu início à trilogia Faits (2002‑2010), de prosa brevíssima, quase aforística. Em 2013, publicou este Sur la scène intérieure, vencedor do prêmio Wepler. No mesmo ano, recebeu também o prêmio Jean Arp pelo conjunto de sua obra. Vive em Paris.
Sobre o tradutor
Samuel Titan Jr. nasceu em Belém, em 1970. Estudou Filosofia na Universidade de São Paulo, onde leciona Teoria Literária e Literatura Comparada desde 2005. Editor e tradutor, organizou com Davi Arrigucci Jr. uma antologia de Erich Auerbach (Ensaios de literatura ocidental) e assinou versões para o português de autores como Adolfo Bioy Casares (A invenção de Morel), Charles Baudelaire (O Spleen de Paris), Gustave Flaubert (Três contos, em colaboração com Milton Hatoum), Jean Giono (O homem que plantava árvores, em colaboração com Cecília Ciscato), Voltaire (Cândido ou o otimismo), Prosper Mérimée (Carmen), Eliot Weinberger (As estrelas), José Revueltas (A gaiola) e Blaise Cendrars (Diário de bordo).
Veja também
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