Jacques Rancière
304 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-662-7
2017
- 2ª edição
Publicada originalmente no Brasil em 1995, antes mesmo de uma edição francesa, esta reunião de ensaios do filósofo Jacques Rancière - Professor Emérito de Estética e Política na Universidade de Paris VIII - dá provas da força e originalidade de seu pensamento. Com base no conceito de "partilha do sensível", Políticas da escrita investiga em nove capítulos o que está no cerne da experiência de poetas, romancistas, filósofos e historiadores.
Com olhar agudo e sensibilidade incomum, Rancière consegue revelar o teor estético e político das aventuras de autores como Rimbaud, Wordsworth ou Byron; desdobrar os sentidos da palavra com "gosto de desgraça e de fumaça" de Óssip Mandelstam; produzir iluminações geniais a partir do Quixote de Cervantes (sobre o qual escreve páginas primorosas no texto "Teologias do romance"), além de analisar passagens cruciais de Michelet, Braudel ou Althusser.
A presente edição, revista e acrescida de notas, permite ao leitor acompanhar, simultaneamente, o pensamento de Rancière e os debates em que tomava parte na década de 1990, quando o liberalismo ganhava terreno com as teorias do "fim da história", de Fukuyama, e na historiografia recrudesciam os argumentos revisionistas que procuram negar a força do "acontecimento".
Sobre o autor
Nascido em Argel, em 1940, Jacques Rancière é professor emérito de Estética e Política da Universidade de Paris VIII — Vincennes/Saint-Denis, onde lecionou de 1969 a 2000. De sua vasta obra, dedicada centralmente aos vínculos entre a invenção da política moderna e a criação artística — especialmente nos domínios da literatura e do cinema —, foram publicados no Brasil os seguintes títulos: A noite dos proletários (Companhia das Letras, 1988), Os nomes da história (Educ/Pontes, 1994), Políticas da escrita (Editora 34, 1995), O desentendimento (Editora 34, 1996), O mestre ignorante (Autêntica, 2004), A partilha do sensível (Editora 34, 2005), O inconsciente estético (Editora 34, 2009), O destino das imagens (Contraponto, 2012), As distâncias do cinema (Contraponto, 2012), O espectador emancipado (WMF Martins Fontes, 2012), A fábula cinematográfica (Papirus, 2013), O ódio à democracia (Boitempo, 2014), O fio perdido (Martins Fontes, 2017), Figuras da história (Editora Unesp, 2018), O espaço das palavras: de Mallarmé a Broodthaers (Relicário, 2020) e As margens da ficção (Editora 34, 2021).
Eloisa Araújo Ribeiro nasceu em Belo Horizonte e vive no Rio de Janeiro. É graduada em Artes Cinematográficas pela Universidade de Paris VIII - Vincennes-Saint-Denis, e obteve o título de mestre em Língua e Literatura Alemã pela Universidade de São Paulo com dissertação sobre o escritor suíço-alemão Robert Walser. Traduziu, entre outros: Cinema 2 - A imagem-tempo, de Gilles Deleuze (1990); O que é o cinema?, de André Bazin (1990); O sequestrado de Veneza/Veneza, de minha janela, de Jean-Paul Sartre (2005); e Novelas (2006), O despovoador/Mal visto mal dito (2008) e Textos para nada (2015), de Samuel Beckett.
Veja também
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