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O motor da luz
José Almino
Inclui textos críticos de Francisco Alvim, Vilma Arêas e Michel Riaudel
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Publicado em 1994 e traduzido para o francês em 2005, O motor da luz ganha agora nova edição em um contexto no qual fantasmas de nosso passado voltaram a assombrar. De fato, a data capital para o livro de José Almino é o golpe de 1964, cujo desfecho espalha as personagens de um núcleo em Recife, com raízes no sertão cearense, para o exílio em Argel, Paris, Havana e no Leste Europeu. Tendo algo da literatura de testemunho que marcou o período pós-anistia de 1979, esta narrativa fragmentada é a expressão da própria perplexidade (política, existencial) que atingiu e atinge novamente a sociedade brasileira. Uma pequena fortuna crítica da obra — com textos de Francisco Alvim (1994), Vilma Arêas (2001) e Michel Riaudel (2009) — arremata o volume. |
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Terrapreta
Rita Carelli
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Depois de um acontecimento traumático, Ana deixa sua rotina de estudante em São Paulo para morar com o pai, arqueólogo, numa aldeia do Alto Xingu. Terrapreta, o romance de estreia da atriz, diretora de cinema e teatro Rita Carelli, conduz o leitor, com extrema habilidade, pelo universo dos afetos, da inteligência e da sensibilidade indígena, no qual cada gesto e cada palavra estão permeados por uma visão mítica do mundo. Verdadeira jornada rumo ao autoconhecimento, trata-se, como diz Ailton Krenak, que assina a orelha, de “um romance de formação para leitores que vislumbram outras cartografias do país”. |
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Leão de chácara
João Antônio
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"Um soco", já disse o crítico Leo Gilson Ribeiro sobre o vigor estilístico de Leão de chácara, comparando seu autor a Céline e Jean Genet, escritores que viveram no universo dos marginalizados e o transformaram em literatura. Publicado em 1975, é o segundo livro de João Antônio (1937-1996). Entre Malagueta, Perus e Bacanaço e este, o golpe de 1964 e a mudança do escritor para o Rio de Janeiro. Talvez por isso, nos três primeiros contos, ambientados na capital carioca, o estilo é mais incisivo, as gírias multiplicam-se e o enredo carrega mais violência. Com o mesmo espírito, e de forma ainda mais intensa, no famoso conto "Paulinho Perna Torta", que fecha o volume, o próprio personagem narra sua trajetória, de engraxate a rei da Boca do Lixo paulistana. |
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