Artes plásticas e trabalho livre II
De Manet ao Cubismo Analítico
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Sérgio Ferro
280 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-65-5525-088-6
2022
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Este é o segundo volume de Artes plásticas e trabalho livre, desta vez cobrindo momentos decisivos do embate entre arte acadêmica e arte moderna, entre meados do século XIX e o início do século XX. O foco está no arco de obras que vai de Manet (incluindo um inovador e minucioso estudo do quadro Um bar no Folies Bergère) até Braque e Picasso, passando pelo Impressionismo, por Van Gogh e Cézanne. Foi um período de profundas transformações econômicas, sociais e políticas, diretamente ligadas ao crescente domínio do capitalismo industrial. Período em que, não por acaso, “técnica, material, dimensões, temática, ideologia... todo o arcabouço da pintura entra em reforma”.
Nas análises de Sérgio Ferro — arquiteto, pintor e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1962-1971) e da École d’Architecture de Grenoble (1973-2003) — as artes plásticas são atividades materiais como todo e qualquer trabalho social, mas as únicas que, a despeito da classe social de seus produtores, “subsistem à sua subordinação produtiva pelo capital”. Esse processo de insubordinação varia, é claro, de artista para artista, mas a tônica aqui vai para as contradições, bem ou mal resolvidas, do fazer artístico de cada qual.
Com as colagens de Picasso e Braque (1912-1914), pela primeira vez a arte moderna acerta o passo com a revolução social, deixando entrever possibilidades utópicas que, cem anos depois, ainda estão por realizar: “o encanto do fazer autogerido, a fertilidade da autonomia, a variedade de seus possíveis, a imprevisibilidade do caminho e do ponto de chegada”.
Sobre o autor
Sérgio Ferro nasceu em Curitiba, em 1938, e foi, durante mais de quarenta anos, professor de História da Arte e da Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1962-1971) e na École d’Architecture de Grenoble (1973-2003). Foi também diretor do Laboratoire de Recherche Dessin/Chantier do Ministério da Cultura da França. Em sua atividade de pesquisador seguiu o ensinamento de Flávio Motta: além dos procedimentos habituais da tradição universitária, a pesquisa deve incluir a experimentação prática. Assim, a maioria de sua obra em arquitetura (associado com Flávio Império e Rodrigo Lefèvre), como em pintura, é constituída por experiências nas quais sua teoria, de fundamento marxista, é diversamente testada. A teoria conduz, entretanto, a resultados praticamente opostos nestas duas áreas, em função de seus posicionamentos diversos na produção social. Em consequência, os dois volumes de Artes plásticas e trabalho livre são o complemento em negativo de Arquitetura e trabalho livre (2006, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas). Tem pinturas em diversos museus internacionais e obra de arquitetura classificada como monumento histórico. É Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres, nomeado pelo governo da França em 1992.
Veja também
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