A individuação à luz das noções de forma e de informação
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Gilbert Simondon
624 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-755-6
2020
- 1a edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
"O ser não possui uma unidade de identidade, que é a do estado estável, na qual nenhuma transformação é possível; o ser possui uma unidade transdutiva, isto é, ele pode defasar-se relativamente a si mesmo, transbordar a si mesmo de um lado e de outro de seu centro. O que se toma por relação ou dualidade de princípios é, de fato, alastramento do ser, que é mais que unidade e mais que identidade."
Assim escreve Gilbert Simondon (1924-1989) no início deste A individuação à luz das noções de forma e de informação, obra de alcance incomum, na qual o autor desloca sua atenção do indivíduo para a operação da individuação e, mobilizando conceitos de física, química, biologia, história das ciências, sociologia, psicologia e outros campos, propõe uma reviravolta em noções filosóficas fundamentais como ser, forma, matéria, substância, sistema, energia.
Baseado na edição francesa de 2013, este volume reproduz na íntegra a tese de doutoramento defendida em 1958, acrescida de quatro textos complementares. Traduzido com extremo rigor por Luís Aragon e Guilherme Ivo, sob supervisão dos herdeiros do autor, este livro faz jus à potência do pensamento de Simondon, cujo legado só hoje começa a ser apreendido e explorado em suas múltiplas dimensões.
Sobre o autor
Gilbert Simondon nasceu em 1924, na cidade de Saint-Étienne, na França. Ingressou no curso de filosofia na École Normale Supérieure no final de 1944, onde tem como professores Martial Gueroult, Maurice Merleau-Ponty, Jean Hyppolite e Jean Wahl, entre outros. Durante a faculdade aprofunda, por um lado, seu conhecimento científico — obtendo certificados em Mineralogia, pela Faculdade de Ciências de Paris, e em Psicofisiologia, com orientação do neurofisiologista Alfred Fessard — e, por outro, sua cultura artística, literária e musical. Terminado o curso de filosofia, é nomeado professor do liceu Descartes em Tours, onde leciona de 1948 a 1955. Sua graduação em psicologia data de 1950. Defende em 1958 a tese "L'Individuation à la lumière des notions de forme et d'information", sob orientação de Jean Hyppolite, acompanhada da tese complementar "Du mode d'existence des objets techniques", orientada por Georges Canguilhem. Em 1963 é nomeado mestre de conferências da Sorbonne e, em 1965, Professor de Psicologia nessa instituição. Sua carreira profissional foi interrompida prematuramente em 1983 em consequência de problemas de saúde físicos e psicológicos. Faleceu em 1989, em Paris.
Sobre os tradutores
Luís Eduardo Ponciano Aragon nasceu em Santos, São Paulo, em 1965. Formou-se em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e fez residência médica em cardiologia na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), de 1989 a 1992, local onde também defendeu seu mestrado, em 1996. Realizou formação em psicanálise de 1994 a 1998, e doutorou-se em Psicologia Clínica no Núcleo de Subjetividades Contemporâneas da PUC-SP em 2005, com a tese que resultou no livro O impensável na clínica (Sulina/Editora da UFRGS, 2007).
Guilherme Figueiredo dos Santos Ivo nasceu em Poços de Caldas, Minas Gerais, em 1989. Formou-se em filosofia na Unicamp em 2013, mesma instituição onde fez seu mestrado, sob a orientação de Luiz B. L. Orlandi. Traduziu, entre outros autores, Henry Miller, Henry James, François Zourabichvili, Georges Didi-Huberman e Gilles Deleuze, do qual verteu ao português os livros Dois regimes de loucos (2016) e Espinosa e o problema da expressão (2017, com membro do GT Deleuze - 12), ambos pela Editora 34. Faleceu prematuramente em um acidente automobilístico em outubro de 2018.
Veja também
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