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Lojas de canela
e outras narrativas

 

Bruno Schulz

Tradução de Henryk Siewierski
Posfácio de Angelo Maria Ripellino

244 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-746-4
2019 - 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

O escritor e desenhista polonês Bruno Schulz (1892-1942) criou a sua breve e deslumbrante obra literária em um período de pouco mais de uma década, quando teve a sua vida tragicamente interrompida pela barbárie nazista. Em sua pequena cidade nos confins da Europa Central, Drohobycz, escreveu, ao todo, dois ciclos de contos e mais um punhado de narrativas, que alcançariam a admiração de nomes como Witold Gombrowicz, Czesław Miłosz, Isaac Bashevis Singer, John Updike e Philip Roth, entre muitos outros.
Além de Lojas de canela, livro de estreia do autor, publicado originalmente em 1934, este volume inclui os cinco contos que não figuram em sua segunda obra, Sanatório sob o signo da clepsidra - entre eles, um texto inédito em português, "A primavera" -, e se encerra com um brilhante posfácio em que o eslavista italiano Angelo Maria Ripellino lê a obra de Schulz à luz dos seus pares poloneses e das vanguardas europeias, restaurando a proximidade da sua prosa e da "exuberância irrefreável" de suas imagens com as tendências estéticas da art nouveau e do modernismo.
Para esta nova edição da ficção de Bruno Schulz, a ser completada com a publicação de Sanatório, a consagrada tradução de Henryk Siewerski - extremamente fiel aos adornos e arabescos tão característicos da escrita de Schulz - foi novamente revista e cotejada com as edições mais recentes da obra do autor.


Sobre o autor
Bruno Schulz nasceu em 1892 em Drohobycz, pequena cidade na região da Galícia, então parte do Império Austro-Húngaro. Em 1910 ingressa na Escola Politécnica de Lvov, e depois na Universidade de Viena, locais onde estuda arquitetura. A partir de 1921 ocupa o cargo de professor de desenho e de artes e ofícios no Ginásio de Drohobycz, época em que direciona seu interesse à pintura e ao desenho. Trabalhando em gravuras com a técnica do cliché-verre, publica o Livro da Idolatria em 1922 e participa de exposições coletivas em Varsóvia, Cracóvia, Lvov e Vilna. No início de 1934 dá-se a sua estreia literária com a publicação do livro de contos Lojas de canela. Com ele Schulz ganha reconhecimento imediato e passa a exercer também o ofício de escritor. Escreve resenhas literárias e ensaios, faz algumas tentativas de traduzir sua obra para outras línguas, e logo começam a aparecer em revistas literárias os contos que viriam a compor seu segundo livro, Sanatório sob o signo da clepsidra, lançado em 1937. Em 1938 recebe o prestigioso Laurel de Ouro da Academia Polonesa de Literatura. A partir de 1939 Drohobycz é ocupada pelos alemães, depois pelos russos, quando passa a integrar a República Socialista Soviética da Ucrânia, e depois novamente pelos alemães, em julho de 1941. Em 19 de novembro de 1942, Bruno Schulz foi assassinado no meio da rua por um oficial alemão, inimigo de outro oficial para o qual o autor trabalhava.


Sobre o tradutor
Henryk Siewierski nasceu em Wrocław, Polônia, em 1951. É doutor em ciência da literatura pela Universidade Jaguelônica, de Cracóvia, onde lecionou de 1975 a 1981. Em 1986 veio ao Brasil à convite da Fundação Nacional Pró-Memória, e desde então atua como professor do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da Universidade de Brasília (UnB). É autor de História da literatura polonesa (2000), Um paraíso imperdível: silva rerum amazônico (2006), Livro do rio máximo do Padre João Daniel (2012) e dois livros de poemas: Outra língua (2007) e Lago salgado (2012). Traduziu, entre outros autores, Bruno Schulz, Bronisław Geremek, Tomek Tryzna, Andrzej Szczypiorski, Zbigniew Herbert, Stanisław Lem e Czesław Miłosz. Organizou a coletânea polonesa 33 poemas brasileiros (2011) e, em parceria com Agostinho da Silva, traduziu Mensagem, de Fernando Pessoa, para o polonês (2006).


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