Virgílio
Edição de bolso com texto integral
616 p. - 13.5 x 18 cm
ISBN 978-65-5525-048-0
2021
- 1a edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Publicada em 19 a.C., logo após a morte de Virgílio, a Eneida está para o mundo romano como a Ilíada e a Odisseia para o mundo grego — faz o inventário de seus mitos, dá a medida das paixões e dos deveres humanos, instaura uma ética para as relações sociais, inventa um passado coletivo e fundamenta concepções de mundo que iriam perdurar por mais de mil e quinhentos anos. Com a bela tradução de Carlos Alberto Nunes, e organização de João Angelo Oliva Neto, da Universidade de São Paulo, esta edição inclui uma minuciosa apresentação, inúmeras notas e um resumo das ações de cada um dos doze cantos da obra, entre outros aparatos. O resultado é um volume completo no qual o leitor pode acompanhar as múltiplas dimensões do périplo de Eneias, das ruínas de Troia à gênese da civilização romana.
“Virgílio tem a centralidade do clássico único; está no centro da civilização europeia, em uma posição que nenhum outro poeta pode compartilhar.” (T. S. Eliot)
Sobre o autor
Públio Virgílio Maro (em latim, Publius Vergilius Maro) nasceu nas vizinhanças de Mântua em 70 a.C., de família proprietária de terras. Estudou nas cidades de Cremona, Milão, Roma e, mais tarde, filosofia epicurista em Nápoles na escola de Sirão. Além de três epigramas reconhecidos como obra de juventude, o mantuano é autor das Bucólicas, que retoma os temas pastorais do poeta grego Teócrito (c. 310-250 a.C.); das Geórgicas, que celebra a agricultura e os trabalhos da terra, publicada em 29 a.C.; e da Eneida, “a gesta de Eneias”, de que teria lido excertos ao imperador Otaviano mesmo antes de concluí-la. No ano de 19 a.C., faltando apenas os retoques finais nesse grande poema, Virgílio parte para a Grécia com a intenção de conhecer de perto alguns dos cenários mencionados em sua obra, mas, com a saúde sempre precária, adoece e é levado de volta para Bríndisi, morrendo pouco depois de desembarcar.
Sobre o organizador
João Angelo Oliva Neto nasceu em São Paulo, em 1957. É bacharel, mestre, doutor e livre-docente em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo, onde leciona desde 1989. Na pós-graduação da USP desde 2001, dedica-se ao estudo dos gêneros da poesia antiga e sua tradução poética para o português. Verteu, entre outros, a obra do poeta latino Catulo, em O livro de Catulo (1996, Prêmio APCA de Melhor Tradução), e o conjunto de poemas fálicos antigos, Falo no jardim (2006). Organizou a edição das Metamorfoses, de Ovídio, traduzidas por Bocage (2000), além de ter vertido do latim as “Quatro navegações”, de Américo Vespúcio, incluídas no livro Novo Mundo: as cartas que batizaram a América (2003).
Sobre o tradutor
Carlos Alberto da Costa Nunes nasceu em São Luís do Maranhão, em 1897. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1920, exercendo a profissão no interior do estado de São Paulo até que, na década de 1950, transferiu-se para a capital, onde trabalhou como médico-legista. Compôs em decassílabos a epopeia Os Brasileidas (1938), os dramas Moema (1950), Estácio (1971) e Beckmann (1975), e a comédia Adamastor (1972). Do alemão traduziu as tragédias Estela (1949) e Ifigênia em Táuride (1964), de Goethe, e, de Friedrich Hebbel, Giges e o seu Anel, Judite e Os Nibelungos (publicadas num único volume em 1964); do espanhol verteu A Amazônia, do uruguaio Edgardo Ubaldo Genta (1968). Além da Eneida, publicada pela primeira vez em 1981, traduziu ainda o teatro completo de Shakespeare em 21 volumes (1955); a Odisseia (1941) e a Ilíada (após 1945), de Homero; e a íntegra dos Diálogos de Platão, publicados entre 1973 e 1980. Foi membro da Academia Paulista de Letras e faleceu na cidade de Sorocaba, SP, em 1990.
Veja também
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