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Literatura estrangeira | Literatura russa
 
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No degrau de ouro

 

Tatiana Tolstáia

Tradução de Tatiana Belinky
Posfácio de Cecília Rosas

240 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-207-1
2024 - 1ª edição

Publicado originalmente em 1987, No degrau de ouro é uma das grandes estreias literárias do século soviético. Conta-se que sua primeira edição se esgotou em pouco mais de quatro horas. Na época, Joseph Brodsky aclamou sua autora como “a voz mais original, tangível e luminosa da prosa russa atual”, e ainda hoje, muitas décadas depois, Tatiana Tolstáia é considerada uma das maiores contistas contemporâneas devido à força desta obra.

Aqui Tolstáia nos apresenta uma galeria de pessoas comuns, invariavelmente insatisfeitas com a vida — pois, segundo a autora, “a condição humana é essencialmente infeliz” —, em cujo cotidiano monótono abrem-se janelas para vívidas recordações e devaneios, criando uma atmosfera de conto de fadas em meio à dura realidade da União Soviética.

Neste volume, ao longo de seus treze contos, a sofisticada e exuberante prosa de Tolstáia — de múltiplos registros, e que combina enredos aparentemente simples com uma força imagética que pende para o fantástico — é capturada magistralmente por Tatiana Belinky, ela própria uma grande personalidade de nosso meio literário, nesta que é uma de suas mais belas traduções.


Texto orelha

Este livro é o resultado de um feliz encontro entre duas Tatianas. A escritora russa Tatiana Tolstáia teve mesmo muita sorte que Tatiana Belinky, outra russa, tenha se apaixonado por seu primeiro — e, para meu gosto, melhor — livro. Belinky, escritora e tradutora radicada no Brasil desde a infância, leu No degrau de ouro, publicado originalmente em 1987, e decidiu traduzi-lo para o português. Seria difícil imaginar tradução mais criativa e engenhosa para esta coletânea de contos. Tolstáia os escreveu com enorme desenvoltura de linguagem, plena de metáforas e reminiscências folclóricas e poéticas.


Como observou o crítico Aleksandr Genis, “a metáfora é a principal ferramenta de Tolstáia, sua varinha mágica com a qual a realidade nos é devolvida como um conto de fadas”. O excesso de descrições e comparações metafóricas que define o estilo da escritora poderia ser comparado à estética da arte barroca, capaz de criar beleza exatamente a partir do excesso de elementos e detalhes decorativos.


Tatiana Tolstáia, nascida em 1951, estreou na literatura com o conto “No degrau de ouro...” que, escrito em 1983 e publicado no mesmo ano na revista literária Aurora, deu título ao seu primeiro livro, reunindo treze narrativas curtas criadas em meados da década de 1980. Tolstáia logo chamou a atenção da crítica pela originalidade do seu talento de contista. Ela consegue recriar, com delicadeza e poesia, aquela atmosfera da vida particular soviética que fugia dos slogans da propaganda oficial.


Crianças e velhos, personagens prediletos de Tolstáia, são sempre sonhadores perambulando entre o encantado e encantador mundo da imaginação e a realidade monótona e precária do cotidiano soviético. A escritora gosta de retratar seres fora do comum, obrigados a existir na dura “verdade da vida”. Ótimo exemplo é Aleksandra Ernéstovna, a “Chura querida”, uma velha de “meias enrugadas, pernas arqueadas, o tailleurzinho preto ensebado e puído. Em compensação, que chapéu!... As quatro estações do ano — bolas-de-neve, lírios-do-vale, cerejas, bérberis”.


Os principais temas e motivos da obra de Tolstáia são sempre contrastantes: infância e velhice, ilusões e realidade, o homem espiritual e sonhador e o mundo pragmático que o rodeia, as doces memórias do passado e o balde de água fria da colisão com o presente.


É recorrente nos contos de No degrau de ouro o choque entre a simplicidade da infância e as dificuldades da vida adulta, que oferece cada vez menos razões para alegria e esperança. No entanto, mesmo evocando a sensação da inevitável perda do paraíso, Tatiana Tolstáia leva seus leitores a saborearem cada momento vivido por seus personagens.


Elena Vássina



Sobre a autora

Tatiana Tolstáia nasceu em 1951, em Leningrado, atual São Petersburgo, numa família da antiga nobreza russa. Entre seus antepassados estão figuras importantes das letras, como Lev Tolstói e Aleksei Tolstói. Em 1974 graduou-se em grego e latim pela Universidade de Leningrado e trabalhou por quase uma década no departamento de literatura oriental da editora Naúka. No degrau de ouro (1987) é seu primeiro livro de ficção, reunindo contos publicados em periódicos ao longo de cinco anos. Na década de 1990, já conhecida como escritora, Tolstáia residiu nos Estados Unidos, onde lecionou nas Universidades de Richmond e do Texas e publicou Sleepwalker on the Fog (1992), sua segunda coletânea de contos. Na imprensa norte-americana publicou uma série de textos nos quais comenta o conturbado cenário político da Rússia pós-soviética, alguns deles reunidos no volume Pushkin’s Children (2003). De volta à Rússia, lançou seu único romance, a distopia Kys (2000), e passou a apresentar o aclamado talk-show Escola do Escândalo, que esteve no ar ao longo de 12 anos, com mais de 400 episódios. Com sua irmã, Natália Tolstáia, publicou Irmãs (1998) e Duas (2001), que mesclam contos curtos e memórias de família. Após um longo hiato, em 2014 Tolstáia lança Mundos amenos, sua terceira coletânea de contos, reunindo textos inéditos escritos ao longo de dez anos. Considerada uma das grandes personalidades do mundo cultural de seu país, recebeu em 2019 o prêmio da União Russa dos Escritores pelo conjunto da obra.



Sobre a tradutora

Tatiana Belinky nasceu na cidade de São Petersburgo, na Rússia, em 1919, e mudou-se com os pais para Riga, capital da Letônia, aos dois anos de idade. Em 1929, a família transferiu-se para o Brasil, instalando-se em São Paulo, onde, após cursar o ginásio no Mackenzie, Tatiana estudou Línguas e Filosofia. Em 1940, casou-se com o médico psiquiatra e educador Júlio Gouveia. Juntos os dois seriam responsáveis por várias iniciativas culturais pioneiras na cidade e no país, como a fundação do Teatro-Escola de São Paulo em 1948, as experiências de teleteatro na década de 1950 e 1960 (quando chegou a fazer roteiros de mais de mil obras clássicas da literatura e da dramaturgia) ou, ainda, a criação da primeira adaptação televisiva da obra de Monteiro Lobato, O Sítio do Pica-Pau Amarelo. Paralelamente a sua carreira como autora infantil, com mais de 130 livros publicados e alguns dos mais importantes prêmios literários do país, Tatiana desenvolveu uma sólida trajetória como tradutora, vertendo com extrema qualidade obras clássicas e contemporâneas de língua inglesa, alemã, mas sobretudo de sua amada literatura russa, como Almas mortas, de Gógol, A morte de Ivan Ilitch, de Tolstói, e inúmeros poemas, contos e novelas de autores como Púchkin, Leskov, Turguêniev, Górki, Tchekhov e outros. Faleceu em São Paulo, em 2013, aos 94 anos de idade.







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