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A obra de François Rabelais e a cultura popular na Idade Média e no Renascimento

 

Mikhail Bakhtin

Ensaio introdutório de Sheila Grillo

776 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-258-3
2025 - 1ª edição

Pela primeira vez no Brasil em tradução direta do russo, A obra de François Rabelais e a cultura popular na Idade Média e no Renascimento é considerada a magnum opus de Mikhail Bakhtin (1895-1975), em que ele mobiliza os conceitos desenvolvidos por seu círculo nos anos 1920 e 1930 para chegar a uma compreensão magistral sobre as relações entre linguagem e sociedade. Ao analisar a cultura popular, não oficial, cuja expressão-chave são os romances de Rabelais e a utopia libertária do carnaval — que subverte hierarquias, desconstrói certezas e abre alas para um novo tempo social —, Bakhtin revolucionou os estudos da língua e da literatura. A introdução de Sheila Grillo, tradutora da obra com Ekaterina Vólkova Américo, analisa o percurso do texto, desde os anos 1930 até a década de 1960, detendo-se no doutorado de 1946, e reproduz páginas inéditas de Bakhtin sobre Gógol, excluídas da tese a mando das autoridades soviéticas.


Texto orelha

O pensador russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) deixou um conjunto de trabalhos que, passados cinquenta anos de sua morte, continuam ecoando nas reflexões e desafios da contemporaneidade, com forte impacto nos estudos literários e linguísticos, nas artes e nas ciências humanas em geral. Em meio a autores de diferentes épocas, que povoam seus escritos, dois escritores ganham protagonismo por meio de obras dedicadas exclusivamente a eles: Dostoiévski e Rabelais.


A obra de François Rabelais e a cultura popular na Idade Média e no Renascimento é o título da nova versão do livro sobre Rabelais, realizada diretamente do russo, coincidindo com os sessenta anos de sua publicação na União Soviética, em 1965. É um dos trabalhos mais divulgados e de maior fôlego, originalidade e erudição de Bakhtin, e que há 38 anos circula no Brasil na versão feita a partir do francês por Yara Frateschi Vieira: A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais.


Além da mudança no título, que desloca a obra de Rabelais para o primeiro plano, outros aspectos qualificam a nova tradução. É importante reconhecer que o texto-fonte, ao ser traduzido sem intermediação de uma segunda língua, implica importantes diferenças no texto de chegada. As escolhas tradutórias de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo dizem respeito, mais especialmente, ao fato de ambas serem tradutoras e pesquisadoras dos trabalhos do Círculo de Bakhtin, o que refina, conceitualmente, a obra, sua história e sua autoria.


Nesse sentido, o sumário reflete alterações em títulos dos sete capítulos; a inclusão do texto inédito “Rabelais e Gógol (a arte da palavra e a cultura popular do riso)”; traz um robusto glossário com termos caracterizadores da leitura que Bakhtin faz de Rabelais, como “Cânone grotesco”, “Carnaval”, “Carnavalização”, “Corpo grotesco”, “Épocas de ruptura ou momentos de crise”, “Grande tempo”, “Memória”, “Praça e praça festiva”; e, ainda, um ensaio introdutório assinado por Sheila Grillo: “Do livro à tese e da tese ao livro: o texto de Bakhtin sobre Rabelais (1930-1965)”.


Esse estudo historiográfico inicial fundamenta-se em fontes primárias e secundárias que, ao longo de mais de cinquenta páginas, mobiliza questões envolvendo essa obra de Bakhtin desde sua gênese na década de 1930, seus percalços, oscilações entre as tentativas da publicação do livro e a transformação em uma tese de doutorado ou livre-docência, até o surgimento do livro em 1965. Objetivando a “reconstrução de fatos, datas e personalidades históricas”, a pesquisadora consultou documentos da época da escrita, debruçou-se sobre os materiais da defesa da tese e a outorga do título de doutor a Bakhtin, atas, cartas, pareceres de membros oficiais da banca e de profissionais das editoras, declarações de Bakhtin, além de artigos e livros de especialistas russos que escreveram e interpretaram essas fontes. Para finalizar, a autora declara que a pesquisa “revelou dados consensuais e lacunas, bem como divergências na interpretação e fixação dos acontecimentos, obrigando a reconhecer o caráter inconcluso e relativamente aberto da escrita dessa história”.


Evocada rigorosamente a conturbada história do texto, resta a obra, ou seja, Rabelais lido e interpretado por Bakhtin, de forma original e incessantemente produtiva.


Beth Brait


Sobre o autor

Mikhail Bakhtin nasceu em 1895 em Oriol, na Rússia. Estudou em Odessa e Petrogrado, foi professor de história, sociologia e língua russa na cidade de Nével, na década de 1910, e liderou um grupo de intelectuais que ficaria conhecido como o Círculo de Bakhtin. Em 1928 foi preso pelo regime de Stálin, mas ainda conseguiu publicar um de seus trabalhos mais importantes, Problemas da obra de Dostoiévski (1929). Condenado a um campo de trabalhos forçados, teve a pena comutada para o degredo no Cazaquistão, onde viveu até 1936. Bakhtin continuou proibido de viver em grandes cidades e se estabeleceu em Saransk, isolado do circuito acadêmico e literário da União Soviética, trabalhando como professor em escolas públicas. O autor foi resgatado somente na década de 1960 por três estudantes de Moscou —Kójinov, Botcharov e Gátchev —, que o ajudaram a se reintegrar ao cenário intelectual do país e a editar suas obras: o ensaio sobre Dostoiévski foi revisto e publicado com o título Problemas da poética de Dostoiévski (1963), e foram editadas sua tese de doutorado A obra de François Rabelais e a cultura popular na Idade Média e no Renascimento (1965) e a coletânea de ensaios Questões de literatura e de estética (1975). Faleceu em Moscou, em 1975.



Sobre os tradutores

Sheila Vieira de Camargo Grillo nasceu em 1968 em Tatuí, SP. É professora na área de Filologia e Língua Portuguesa do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo. É autora do livro A produção do real em gêneros do jornalismo impresso (Humanitas/Fapesp, 2004) e tradutora, juntamente com Ekaterina Vólkova Américo, de O método formal nos estudos literários, de Pável Medviédev (Contexto, 2012) e, pela Editora 34, Questões de estilística no ensino da língua (2013) e Problemas da obra de Dostoiévski (2022), de Mikhail Bakhtin, e Marxismo e filosofia da linguagem (2017) e A palavra na vida e a palavra na poesia (2019), de Valentin Volóchinov.


Ekaterina Vólkova Américo nasceu em 1978, em Moscou. Formou-se em História, Literatura e Cultura Russa e Hispano-Americana pela Universidade Estatal de Ciências Humanas de Moscou. É mestre e doutora pela Universidade de São Paulo e professora de Língua e Literatura Russa da Universidade Federal Fluminense. Como tradutora, verteu do russo textos de Iúri Lotman, Pável Ánnenkov, Fiódor Dostoiévski, Roman Jakobson, Pável Medviédev, Mikhail Bakhtin, Valentin Volóchinov e Piotr Bogatyriov, entre outros.







Veja também
Pantagruel e Gargântua
(Obras completas de Rabelais 1)
Terceiro, Quarto e Quinto livros de Pantagruel
(Obras completas de Rabelais — 2)
Teoria do romance I
A estilística

 


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