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Lady Macbeth do distrito de Mtzensk

 

Nikolai Leskov

Tradução de Paulo Bezerra
Posfácio e notas do tradutor

96 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-430-2
2009 - (2º edição 2017)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Se Ivan Turguêniev é o mais ocidental dos escritores russos do século XIX, Nikolai Leskov é o grande retratista dos costumes e da alma de seu povo. Mas apesar da força de suas narrativas curtas, tão intensas quanto os romances de Dostoiévski, e da fluidez do estilo, comparável ao de Tolstói, ele é um autor ainda pouco conhecido fora da Rússia. Em Lady Macbeth do distrito de Mtzensk, publicada em 1865 na revista Epokha - editada por Dostoiévski - e considerada a obra-prima de Leskov, o leitor acompanha a transformação de Catierina Lvovna, a jovem e entediada esposa de um velho comerciante, em uma cruel assassina.
Essa heroína fria e calculista, que pode ser vista também como um símbolo da libertação feminina em relação à opressão patriarcal, mas que em nenhum momento se arrepende das atrocidades cometidas, levou a crítica a encontrar nessa versão russa da tragédia shakespeariana aspectos mais tarde desenvolvidos pelo romance noir de Raymond Chandler - e, além disso, inspirou a famosa ópera de Dmitri Shostakóvitch, de 1934, e o filme Lady Macbeth siberiana, do cineasta polonês Andrzej Wajda.


Sobre o autor

Nikolai Semiónovitch Leskov nasceu em 1831, em Gorókhovo, na província de Oriol, filho de um investigador criminal. Em 1847, abandona o ginásio em Pánino e começa a trabalhar, mudando-se em seguida para Kíev. Ali frequenta como ouvinte a universidade, estuda a língua polonesa e trava conhecimento com diversos círculos de estudantes, filósofos e teólogos. Entre 1857 e 1860 trabalha como agente comercial e viaja por diversas regiões da Rússia, experiência que servirá de inspiração para muitas de suas histórias. Em 1862, já em São Petersburgo, inicia sua carreira literária, publicando contos e artigos na imprensa. Pensador independente, alguns deles o acabam indispondo com progressistas e conservadores. Em 1864, surge uma de suas obras mais conhecidas: a novela Lady Macbeth do distrito de Mtzensk. Em 1872 publica O anjo selado e uma série de textos anticlericais. Entre 1874 e 1883, trabalha no Ministério da Educação, onde acaba sendo dispensado por ser “demasiado liberal”, e nesse período lança algumas de suas mais famosas narrativas, como a novela O peregrino encantado (1873) e os contos “O canhoto vesgo de Tula e a pulga de aço” (1881), “Viagem com um niilista” (1882) e “A fera” (1883). Nos últimos anos de vida, segue produzindo contos e peças e até auxilia na edição de suas obras completas, mas, cada vez mais debilitado por uma doença cardíaca, vem a falecer em 1895.



Sobre o tradutor
Paulo Bezerra estudou língua e literatura russa na Universidade Lomonóssov, em Moscou, e foi professor de teoria da literatura na UERJ e de língua e literatura russa na USP. Livre-docente em Letras, leciona atualmente na Universidade Federal Fluminense. Já verteu diretamente do russo mais de quarenta obras nos campos da filosofia, psicologia, teoria literária e ficção, destacando-se suas traduções de Crime e castigo, O idiota, Os demônios, O adolescente e Os irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Em 2012 recebeu do governo da Rússia a Medalha Púchkin, por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior.



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