Minha vida
conto de um provinciano
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A. P. Tchekhov
posfácio e notas da tradutora
160 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-475-3
2011
- (2ª edição - 2013)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Em 1896, quando já gozava de grande fama como contista e consolidava seu nome como dramaturgo, Tchekhov publica Minha vida, uma de suas primeiras obras ficcionais mais longas. Nessa novela - que tem aqui sua primeira tradução direta no Brasil, realizada por Denise Sales, que assina também o posfácio à edição -, é narrada a história de Missail Póloznev, um jovem que não consegue corresponder às expectativas que pesam sobre seus ombros, fracassando sucessivamente em diversos empregos burocráticos. Ao assumir a modesta ocupação de pintor de paredes, ele rompe com as tradições familiares e com a hierarquia social, personificadas na figura de seu pai.
Acompanhando a busca do rapaz por um lugar no mundo, Tchekhov se debruça, com extrema delicadeza, sobre um tema pouco recorrente em suas histórias: o áspero universo do trabalho braçal, com sua aridez, seu desencanto, seus mujiques e patrões. Cenário sombrio, mas a partir do qual o mestre russo nos conduz a algo mais profundo, que transcende as formas usuais do debate ideológico, mostrando que é possível retratar as contradições da sociedade justamente pelo que nelas há de mais humano.
Sobre o autor
Anton Pávlovitch Tchekhov nasce em Taganrog, sul da Rússia, em 1860. Em 1879, ingressa na Faculdade de Medicina de Moscou e passa a publicar pequenos textos em periódicos da cidade. Obtém o diploma em 1884 e começa a trabalhar como médico, mas sua fama como escritor e contista cresce continuamente, e em 1886 torna-se colaborador da revista Nóvoie Vrêmia. A montagem de sua peça A gaivota, em 1898, por Stanislavski, obtém grande êxito, o que leva o Teatro de Arte de Moscou a encomendar outras peças para o autor. Surgem então Tio Vânia (1897), Três irmãs (1901) e O jardim das cerejeiras (1904). Em 1898 adquire uma vila em Ialta, na Crimeia, onde se estabelece para cuidar de uma tuberculose. Ali escreve um de seus mais famosos contos, "A dama do cachorrinho" (1899). Em maio de 1901, casa-se com a atriz Olga Knipper, que vivia em Moscou. Junto com ela, viaja três anos depois a Badenweiler, na Alemanha, para tratar sua doença, mas acaba falecendo nesta cidade em 15 de julho de 1904.
Sobre a tradutora
Denise Regina de Sales é doutora em Literatura e Cultura Russa pela Universidade de São Paulo e trabalha atualmente como professora de Língua e Literatura Russa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nasceu em Belo Horizonte, em 1965, e graduou-se em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal de Minas Gerais. De 1996 a 1998, trabalhou na Rádio Estatal de Moscou como repórter, locutora e tradutora. Publicou diversas traduções, entre elas o romance Propaganda monumental, de Vladímir Voinóvitch (2007), as novelas Minha vida e Três anos, de A. P. Tchekhov (2011 e 2013, respectivamente), e a coletânea de contos de Nikolai Leskov, A fraude e outras histórias (2012).
Veja também
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