Voltaire
Ensaio de Italo Calvino
Projeto gráfico de Raul Loureiro
200 p. - 15,5 x 22,5 cm
ISBN 978-85-7326-523-1
2013
- (1º edição - 2013)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Conto filosófico, fábula ferina, crônica global, gazeta política, romance de aventuras? Não é fácil definir Cândido ou o otimismo, assim como é difícil resistir à muita graça e à pouca mercê que Voltaire pôs na narrativa das tribulações de Cândido e companhia. Expulso do castelo de Thunder-ten-tronckh e separado da bela Cunegundes, o herói descobrirá na própria carne que este mundo talvez não seja, ao contrário do que pretendia seu mestre Pangloss, "o melhor dos mundos possíveis". Para aprender a lição, percorrerá três continentes em ritmo vertiginoso, numa sucessão de desgraças e suplícios, fugas trepidantes e discussões filosóficas que têm feito rir seus muitos leitores desde a primeira edição, em janeiro de 1759.
Sobre o autor
François-Marie Arouet nasceu em Châtenay, em 1694. Filho de um notário abastado, foi educado em Paris por padres jesuítas. Em vez de estudar direito, como queria o pai, dedicou-se às letras sob o pseudônimo de Voltaire. Não tardou a conquistar renome, e depois de duas passagens pela prisão da Bastilha, passou dois anos na Inglaterra (1726-1728). Ao voltar, causou escândalo com suas Cartas filosóficas (1734) e viu-se forçado a fugir de Paris. Em Cirey, sob a proteção de Madame du Châtelet, escreveu os Elementos da filosofia de Newton (1738). Em 1745, tornou-se Historiador Real e, um ano depois, membro da Academia Francesa. Em 1750, a convite de Frederico II, instalou-se em Potsdam; em 1753, rompeu com o monarca e deixou a Alemanha. Impedido por Luís XV de voltar a Paris, Voltaire acabou por se instalar em 1758 em Ferney, perto de Genebra, onde concluiu a redação de Cândido, publicado em 1759, e manteve pelas duas décadas seguintes uma intensa atividade literária, filosófica e polêmica, sobretudo contra a tirania do Estado e da Igreja. Em 1778, depois de quase trinta anos de ausência, voltou a Paris. Morreu na capital francesa em 30 de maio do mesmo ano.
Sobre o tradutor
Samuel Titan Jr. nasceu em Belém, em 1970. Estudou Filosofia na Universidade de São Paulo, onde leciona Teoria Literária e Literatura Comparada desde 2005. Editor e tradutor, organizou com Davi Arrigucci Jr. uma antologia de Erich Auerbach (Ensaios de literatura ocidental) e assinou versões para o português de autores como Adolfo Bioy Casares (A invenção de Morel), Charles Baudelaire (O Spleen de Paris), Gustave Flaubert (Três contos, em colaboração com Milton Hatoum), Jean Giono (O homem que plantava árvores, em colaboração com Cecília Ciscato), Voltaire (Cândido ou o otimismo), Prosper Mérimée (Carmen), Eliot Weinberger (As estrelas), José Revueltas (A gaiola) e Blaise Cendrars (Diário de bordo).
Sobre o ilustrador
Paul Klee nasceu em Münchenbuchsee, na Suíça, em 1920. Filho de músicos, mas desenhista de talento desde a infância, preferiu dedicar-se às artes plásticas, que estudou em Munique de 1898 a 1901. Depois de uma viagem decisiva à Itália, voltou a Munique, onde travou contato com o expressionismo, tomou parte na revista Der Blaue Reiter (1912) e fez amizades duradouras com Franz Marc, Alfred Kubin e Wassily Kandinsky. Depois da guerra, tornou-se professor na Bauhaus de Weimar e Dessau, onde ensinou de 1920 a 1931; além de uma enorme produção artística, data dessa época o essencial de seus escritos e reflexões sobre a arte moderna. Em 1933, foi forçado a deixar a Alemanha e voltar para a Suíça; instalou-se novamente em Berna, onde continuou produzindo, apesar da saúde declinante. Klee faleceu em junho de 1940, numa clínica em Muralto.
Veja também
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