Sófocles
Ensaio de Patricia E. Easterling
Edição bilíngue
168 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-548-4
2014
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
A história de Héracles ("Hércules" na tradição latina) é uma das mais conhecidas da mitologia, e o semideus é retratado na literatura desde a Ilíada e a Odisseia. Dentre as tragédias gregas que chegaram até nós, As Traquínias, de Sófocles (496-406 a.C.), e o Héracles, de Eurípides - que ora se publicam conjuntamente -, são as únicas que trazem o herói como protagonista.
A ação do drama de Sófocles se inicia em Tráquis, onde a esposa de Héracles, Dejanira, aguarda o retorno do marido, afastado há tempos do lar para a conclusão de seus "doze trabalhos". O ponto de vista feminino é pontuado pelo coro das mulheres da cidade, que dão nome à peça. Quando Dejanira percebe que está perdendo o amor de Héracles, envia ao herói um presente com um feitiço para reconquistá-lo. O gesto terá consequências trágicas para ambos, desvelando aquilo que é uma das marcas da obra de Sófocles: as paixões humanas estão sempre sujeitas às insondáveis tramas do destino.
Considerada por Ezra Pound como "o ponto máximo da sensibilidade grega", As Traquínias é apresentada aqui na inventiva tradução de Trajano Vieira.
Sobre o autor
Filho de Sófilo, Sófocles nasceu em Colono, vila próxima a Atenas, em 496 a.C. É autor de 123 peças, das quais só conhecemos sete: Ájax, Antígone, As Traquínias, Electra, Édipo Rei, Filoctetes e Édipo em Colono. Considerado um dos maiores dramaturgos da Grécia Antiga, junto com Ésquilo e Eurípides, teve participação destacada na vida pública de Atenas, seja como tesoureiro entre 443 e 442 a.C., seja como general durante a revolta de Samos (441 a.C.), além de ter sido um dos dez conselheiros designados para reverter a situação crítica por que passava a cidade após a derrota de sua armada em Siracusa (413 a.C.). Viveu cerca de noventa anos, vindo a falecer em 406 a.C.
Sobre o tradutor
Trajano Vieira é doutor em Literatura Grega pela Universidade de São Paulo (1993), bolsista da Fundação Guggenheim (2001), com pós-doutorado pela Universidade de Chicago (2006) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (2009-2010), e desde 1989 professor de Língua e Literatura Grega no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, onde obteve o título de livre-docente em 2008. Tem se dedicado a verter poeticamente tragédias do repertório grego, como Agamêmnon (2007) e Sete contra Tebas (2018), de Ésquilo; Édipo Rei (2001) e Filoctetes (2009), de Sófocles; e Medeia (2010) e As Troianas (2021), de Eurípides. É também o tradutor das comédias Lisístrata, Tesmoforiantes (2011) e As Rãs (2014), de Aristófanes; do poema Alexandra, de Lícofron (2017); e da Ilíada (2020) e da Odisseia, de Homero (2011), entre outros. Suas versões do Agamêmnon e da Odisseia receberam o Prêmio Jabuti de Tradução.
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