Vladímir Sorókin
104 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-561-3
2014
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Em um lugar indefinido, cinco homens e duas mulheres aguardam ansiosos a chegada de um incerto vendedor. Enquanto isso, conversam, discutem e até brigam acerca de grandes nomes da literatura mundial (Kafka, Púchkin, Céline...) e seus supostos efeitos nos leitores-consumidores.
Não se trata, porém, de uma tertúlia amistosa entre amantes das letras, e sim de um bando de junkies que mal se conhecem, unidos apenas pela condição de viciados em literatura, todos ávidos pela próxima dose.
Nesta peça em um ato, que se lê como um romance ou novela curta, Vladímir Sorókin, um dos nomes mais importantes - e radicais - da literatura russa atual, lança personagens e leitores em uma jornada tensa e intensa pelo universo de Dostoiévski, de seus dilemas filosóficos e existenciais, que ele aprofunda, potencializa, transcende e transporta para as formas do mundo e da literatura contemporânea.
Lírico e pornográfico, escatológico e sublime, divertido e visceral, Dostoiévski-trip bate forte e tem efeito prolongado. Mas aqui não há lugar para cautela ou moderação.
Boa viagem.
Sobre o autor
Vladímir Sorókin nasceu em 1955, na cidade de Bykovo, perto de Moscou, e em 1977 graduou-se como engenheiro. Ainda nos anos 1970 participou de diversas exposições de arte e trabalhou como desenhista e ilustrador. Sua atividade como escritor se desenvolveu no mundo moscovita underground da década de 1980, e em 1985 seu romance A fila foi publicado na França. Os textos de Sorókin foram banidos durante o regime soviético, e somente em 1992 foi lançada em seu país uma edição de seus Contos escolhidos. Nas últimas décadas, escreveu, além de peças, como Dostoiévski-trip (1997), vários romances, entre eles O dia do oprítchnik (2006) e a trilogia Gelo (2002), O caminho de Bro (2004) e 23000 (2005). Manteve sempre um tom crítico em relação ao atual regime político da Rússia, e seus livros estão hoje traduzidos para mais de vinte idiomas.
Sobre a tradutora
Arlete Cavaliere é professora titular de Teatro, Arte e Cultura Russa no Departamento de Letras Orientais da FFLCH-USP. Com colegas da universidade organizou a revista Caderno de Literatura e Cultura Russa (2004 e 2008) e os livros Tipologia do simbolismo nas culturas russa e ocidental (Humanitas, 2005) e Teatro russo: literatura e espetáculo (Humanitas, 2011). É autora de O inspetor geral de Gógol/Meyerhold: um espetáculo síntese (Perspectiva, 1996) e Teatro russo: percurso para um estudo da paródia e do grotesco (Humanitas, 2009). Publicou diversas traduções de autores russos, como Gógol, Tchekhov, Maiakóvski e Vladímir Sorókin, além de escrever, para a Editora 34, o texto de apresentação dos Clássicos do conto russo (2015) e organizar a Antologia do humor russo (2018).
Veja também
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