Jean Echenoz
Projeto gráfico de Raul Loureiro
136 p. - 15 x 22,5 cm
ISBN 978-85-7326-574-3
2014
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
"Como o tempo se prestasse às mil maravilhas e como fosse sábado, dia em que suas funções lhe permitiam folgar, Anthime saiu depois do almoço para dar uma volta de bicicleta. Seus planos: aproveitar o sol franco de agosto, fazer algum exercício e respirar o ar do campo, talvez até ler um pouco, deitado sobre a relva..." A cena é bucólica e ensolarada, mas esse sábado logo tomará outro rumo: estamos em 2 de agosto de 1914, dia da mobilização geral numa França que se precipita para a guerra. Não tardará para que Anthime, Charles, Blanche, Padioleau, Bossis, Arcenel e tantos outros sejam tragados pela guerra mundial que então começava. Os homens vão confiantes, as mulheres ficam à espera, uns e outros supondo que tudo isso é "coisa de quinze dias, no máximo": o tempo de ir a Berlim, dar uma boa lição ao imperador Guilherme e voltar para casa, na Vendeia rural. Não será assim, e é desse divórcio entre a euforia dos primeiros tempos e o horror das trincheiras que nasce 14, novo romance do escritor francês Jean Echenoz. Num estilo avesso a toda ênfase sentimental ou épica, Echenoz revisita o conflito que definiu os rumos do século XX a partir da perspectiva da gente comum, da carne de canhão quase anônima que se viu entregue à própria sorte, fosse para sobreviver à longa matança, fosse para recomeçar a vida, um dia. Uma obra-prima.
Sobre o autor
Jean Echenoz nasceu em Orange, sul da França, em 1947. Depois de estudar engenharia e sociologia, mudou-se para Paris, em 1970, onde prosseguiu os estudos universitários e trabalhou brevemente como jornalista. Sua estreia literária deu-se apenas em 1979, com o romance Le Méridien de Greenwich, publicado pelas Éditions de Minuit e laureado com o prêmio Fénéon. Desde então, publicou outros doze romances, entre os quais Cherokee (prêmio Médicis de 1983) e Un na (prêmio Goncourt de 1999), além de volumes de prosa breve como L'Occupation des sols (1988), Jérôme Lindon (2001) e Caprice de la reine (2014).
Sobre o tradutor
Samuel Titan Jr. nasceu em Belém, em 1970. Estudou Filosofia na Universidade de São Paulo, onde leciona Teoria Literária e Literatura Comparada desde 2005. Editor e tradutor, organizou com Davi Arrigucci Jr. uma antologia de Erich Auerbach (Ensaios de literatura ocidental) e assinou versões para o português de autores como Adolfo Bioy Casares (A invenção de Morel), Charles Baudelaire (O Spleen de Paris), Gustave Flaubert (Três contos, em colaboração com Milton Hatoum), Jean Giono (O homem que plantava árvores, em colaboração com Cecília Ciscato), Voltaire (Cândido ou o otimismo), Prosper Mérimée (Carmen), Eliot Weinberger (As estrelas), José Revueltas (A gaiola) e Blaise Cendrars (Diário de bordo).
Veja também
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