Patrick Deville
Projeto gráfico de Raul Loureiro
216 p. - 15 x 22,5 cm
ISBN 978-85-7326-669-6
2017
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Discípulo brilhante de Pasteur, o jovem Alexandre Yersin (1863-1943) tem uma carreira brilhante e segura pela frente: antes mesmo de completar os estudos, já fez avanços importantes no estudo da difteria e da tuberculose. Com tempo e trabalho, a fama cívica e científica baterão à sua porta. Mas não. Outros horizontes acenam para o jovem, que se faz médico de bordo no Oriente, explorador dos planaltos da Indochina sob dominação francesa e começa a ganhar ares de herói colonial. Mas não, novamente não, Yersin dá mais uma guinada, escapa, vai viver num lugarejo de pescadores, onde se dedica aos mais variados estudos e empreitadas, até que se vê convocado por Pasteur a enfrentar uma epidemia de peste bubônica em Hong Kong...
Peste e cólera é a crônica dessa vida feita de ciência e aventura, utopia e ceticismo, vivida no mesmo ritmo vertiginoso que vai tomando conta da história europeia e logo mundial nos anos finais do século XIX, rumo às catástrofes do século XX. Perseguindo com rigor factual as pegadas de Yersin, este novo "romance sem ficção" de Patrick Deville põe o leitor diante uma figura tão fascinante quanto esquiva, um herói das Luzes que conserva em seu íntimo vastas zonas de sombra, à maneira dos heróis fugidios de Joseph Conrad.
Sobre o autor
Patrick Deville nasceu em Saint-Brévin, na Bretanha, em 1957 , e vive em Paris. Formado em Letras e Filosofia, viajante contumaz, partiu ainda jovem para o estrangeiro, ocupando postos de adido e professor no Golfo Pérsico, na África e em Cuba. Estreou com Cordon bleu (1987) e Longue vue (1988), seguidos de três outros romances, sempre publicados pela prestigiosa Éditions de Minuit. Em 2001, fundou em Saint-Nazaire a Maison des Écrivains Étrangers et des Traducteurs (MEET). Em 2004, agora a bordo das Éditions du Seuil, a obra narrativa de Deville toma novo rumo com a publicação de Pura vida: Vie & mort de William Walker. O livro inaugura uma série de "romances sem ficção" que investigam o destino das utopias e esperanças modernas nas mais diversas partes do mundo: La Tentation des armes à feu (2006), Équatoria (2009), Kampuchéa (2011), Peste & Choléra (2012) e Viva! (2014).
Sobre a tradutora
Marília Scalzo nasceu em São Paulo, em 1960. Após estudos de letras e jornalismo, lecionou na Aliança Francesa e trabalhou como jornalista na Folha de S. Paulo e na editora Abril. É autora, entre outros, de Uma história de amor à música (São Paulo, Bei, 2012), em parceria com Celso Nucci. Além de Somos todos canibais, traduziu para a coleção Fábula os romances Viva! (2016) e Peste e cólera (2017), de Patrick Deville. Sua tradução mais recente é Samarcanda, de Amin Maalouf, publicada em 2021 pela editora Tabla.
Veja também
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