Ovídio
Apresentação de João Angelo Oliva Neto
Edição bilíngue
912 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-667-2
2017
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Escritas pelo grande poeta latino Ovídio no ano 8 d.C., as metamorfoses constituem um verdadeiro compêndio de mais de duzentos e cinquenta mitos gregos e romanos - motivo pelo qual o livro se tornou uma das obras mais influentes da cultura ocidental, tendo inspirado poemas, romances, óperas, peças de teatro, pinturas, esculturas e as mais variadas composições musicais. Mas seu fascínio não se deve unicamente a isso. Seus quase doze mil versos distribuídos em quinze livros são a obra máxima de um autor que procurava superar Homero, Hesíodo, Virgílio e outros mestres, e criar um poema que viesse "das origens do mundo até os meus dias", ou seja, até o tempo dos imperadores Júlio César e Augusto, passando pela cosmogonia antiga, pelos Argonautas, pela guerra de Troia e pela fundação de Roma. Para alinhavar esse conjunto heterogêneo, Ovídio elencou os mitos que tivessem como tema as "metamorfoses dos seres em novos corpos", e usou toda sua maestria para criar conexões e transições entre eles, numa técnica que antecipa a moderna montagem cinematográfica. O resultado é um poema épico singular que tem encantado os leitores há mais de vinte séculos.
A presente edição, bilíngue, traz a nova tradução de Domingos Lucas Dias - em versos livres que privilegiam a elegância e fluência do texto -, acompanhada de um aparato que inclui introdução e notas do tradutor, uma apresentação de João Angelo Oliva Neto, da Universidade de São Paulo, além de mapas e índices completos dos mitos, nomes e locais citados na obra-prima de Ovídio.
Sobre o autor
Considerado, ao lado de Virgílio e Horácio, um dos três maiores poetas latinos, Publius Ovidius Naso nasceu em Sulmo (atual Sulmona, na Itália), em 43 a.C., em uma família da classe dos equites, a segunda das ordens aristocráticas romanas. Mudou-se para Roma em 31 a.C. para estudar retórica, destinado a seguir a carreira de jurista, mas, após viajar para Atenas e a Ásia Menor em 23 a.C., e trabalhar em cargos administrativos em Roma, abandona o Direito e passa a se dedicar à poesia. Sua primeira obra foram os poemas epistolares de Heroides, publicados por volta de 19 a.C., seguidos por Amores (16 a.C.), Medicamina Faciei Femineae, a tragédia Medeia (hoje perdida), Ars Amatoria (2 d.C.), Remedia Amoris, as Metamorfoses (8 d.C., sua obra-prima) e Fasti. Mesmo tendo grande prestígio na época, foi banido pelo imperador Augusto em 8 d.C., por motivo até hoje não esclarecido, e teve que se mudar para a distante cidade de Tomis, no mar Negro (atual Constança, na Romênia). Escreveu então o poema elegíaco Íbis, os cinco livros de Tristia e as cartas intituladas Epistulae ex Ponto. Faleceu no exílio, em 17 d.C., sem poder realizar o sonho de retornar à Roma.
Sobre o tradutor
Domingos Lucas Dias nasceu em Arcos, concelho de Montalegre, Portugal, em 1941. Em 1970, após frequentar aulas de Direito, ingressa no curso de Filologia Clássica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que conclui em 1976. Em 1994 finaliza seu mestrado, iniciado na década anterior, sobre a lenda do Dr. Fausto nos séculos IV ao XVI. Em 1998 torna-se professor da Universidade Aberta de Portugal e em 2007 escreve seu doutorado sobre o Beato Amadeu da Silva (1420-1482), conselheiro do papa Xisto IV. Como tradutor, verteu do latim as Metamorfoses, de Ovídio, publicada em dois volumes (Vega, 2006 e 2008), o De Trinitate, de Santo Agostinho (Paulinas, 2007, em colaboração com Arnaldo do Espírito Santo, João Beato e Maria Cristina de Sousa Pimentel), O médico político, de Rodrigo de Castro (Colibri, 2011), e o Apocalypsis Nova, do Beato Amadeu da Silva (Universidade de Coimbra, 2014), entre outros. A tradução do De Trinitate recebeu o Prêmio de Tradução da União Latina em 2008.
Veja também
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