Fiódor Dostoiévski
Nova edição revista pelo tradutor.
712 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-65-5525-026-8
2002
- (5ª edição - 2020)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Escrito em meio a crises de epilepsia, perturbações nervosas, viagens — e sob a pressão de severas dívidas de jogo — O idiota é um desses livros em que o leitor reconhece de imediato a marca do gênio. Nele, Dostoiévski constrói um dos personagens mais impressionantes de toda a literatura mundial — o humanista e epilético príncipe Míchkin, mescla de Cristo e Dom Quixote, cuja compaixão sem limites vai se chocar com o desregramento mundano de Rogójin e a beleza enlouquecedora de Nastácia Filíppovna.
Entre os três se agita uma galeria de personagens de extrema complexidade, impulsionados pelos sentimentos mais contraditórios — do amor desinteressado à canalhice despudorada —, conferindo a cada cena uma intensidade alucinante que nunca se dissipa nem perde o foco. A tradução de Paulo Bezerra, a primeira realizada diretamente do russo em nosso país, traz para o leitor brasileiro toda a força da narrativa original.
Sobre o autor
Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em Moscou em 1821, e estreou na literatura com o romance Gente pobre, em 1846, ao qual se seguiram O duplo (1846) e Noites brancas (1847), entre outros. Após ser preso e condenado à morte pelo regime tsarista em 1849, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, experiência retratada em Escritos da casa morta, livro que começou a ser publicado em 1860, um ano antes de Humilhados e ofendidos. Após esse período, escreve Memórias do subsolo (1864), Um jogador (1867), O eterno marido (1870) e uma sequência de grandes romances, Crime e castigo (1866), O idiota (1869), Os demônios (1872) e O adolescente (1875), culminando com a publicação de Os irmãos Karamázov em 1880. De 1873 até o ano de sua morte publicou ainda o Diário de um escritor, reunindo peças jornalísticas e de ficção. Reconhecido como um dos maiores autores de todos os tempos, Dostoiévski morreu em São Petersburgo, em 1881.
Sobre o tradutor
Paulo Bezerra estudou língua e literatura russa na Universidade Lomonóssov, em Moscou, e foi professor de teoria da literatura na UERJ e de língua e literatura russa na USP. Livre-docente em Letras, leciona atualmente na Universidade Federal Fluminense. Já verteu diretamente do russo mais de quarenta obras nos campos da filosofia, psicologia, teoria literária e ficção, destacando-se suas traduções de Crime e castigo, O idiota, Os demônios, O adolescente e Os irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Em 2012 recebeu do governo da Rússia a Medalha Púchkin, por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior.
Sobre o ilustrador
Oswaldo Goeldi nasceu em 31 de outubro de 1895, no Rio de Janeiro, filho do naturalista suíço Emílio Goeldi. Em 1901, a família se muda para a Europa, e no ano em que eclode a Primeira Guerra Mundial, Goeldi ingressa na Escola Politécnica de Zurique. Em 1917, após a morte do pai, abandona a Politécnica e matricula-se na École des Arts et Métiers de Genebra. Em 1919 sua família retorna ao Rio de Janeiro, ano em que inicia atividade como ilustrador para revistas e jornais, passando a trabalhar também com xilogravura a partir de 1924. Nos anos 1940, realiza para a José Olympio desenhos e gravuras para as seguintes obras de Dostoiévski: Humilhados e ofendidos (1944), Memórias do subsolo (1944), Recordações da casa dos mortos (1945) e O idiota (1949). Em 1960, Goeldi recebe o grande Prêmio Internacional de Gravura da Bienal do México. Considerado um dos maiores artistas brasileiros, falece a 15 de fevereiro de 1961 em sua casa-ateliê no Leblon
Veja também
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