Anotações de um jovem médico
e outras narrativas
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Mikhail Bulgákov
Posfácio de Efim Etkind
216 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-027-5
2020
- 1a edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Reunindo nove narrativas ficcionais, Anotações de um jovem médico traz alguns dos primeiros experimentos literários de Mikhail Bulgákov (1891-1940), um dos mais aclamados escritores russos do século XX, autor de O mestre e Margarida.
Publicados entre 1925 e 1926 em um periódico soviético direcionado aos trabalhadores da medicina, estes textos têm como base a experiência do próprio autor nos anos de 1916 e 1917, quando, logo após obter o diploma de médico na maior universidade do país, foi enviado para atuar em um pequeno hospital no interior da Rússia. São histórias que exploram o que há de mais humano na profissão, seus medos e incertezas, bem como as agruras da população rural, formando um retrato vívido e melancólico, ainda que não desprovido de humor, de um período especialmente turbulento do país, que atravessava a Primeira Guerra Mundial, a Revolução de 1917 e a Guerra Civil.
Além do ciclo de contos “Anotações de um jovem médico”, este volume inclui a novela “Morfina” e a narrativa curta “Eu matei”, também de cunho autobiográfico. Complementam o volume um prefácio da tradutora e um alentado ensaio de Efim Etkind, em que o famoso crítico e dissidente russo analisa as peculiaridades da prosa de Bulgákov e suas relações com o meio literário soviético.
Sobre o autor
Mikhail Afanássievitch Bulgákov nasceu em Kíev, na Ucrânia, em 1891, filho de um teólogo e uma professora de piano. Formou-se em Medicina, tendo sido voluntário da Cruz Vermelha durante a Primeira Guerra Mundial. Após a Revolução de 1917, chegou a lutar ao lado do Exército Branco contra os bolcheviques. Nos anos 1920, sob influência de Gógol e H. G. Wells, escreveu contos e novelas satirizando a Nova Política Econômica (NEP), como as narrativas da coletânea Diabolíada (1925) e a novela Um coração de cachorro, rejeitada pela censura no mesmo ano. Publicou também o ciclo de contos Anotações de um jovem médico, de teor autobiográfico, em periódicos locais. Foi como dramaturgo, no entanto, que Bulgákov primeiro alcançou a fama, quando o Teatro de Arte de Moscou (TAM) o convidou a adaptar para os palcos seu romance A guarda branca, uma crônica de Kíev durante a Guerra Civil; o texto foi montado em 1926 com o título Os dias dos Turbin. Após ter várias peças censuradas, Bulgákov queimou seus manuscritos e escreveu em 1930 uma carta ao governo soviético pedindo permissão para deixar o país. Sem a autorização, conseguiu apenas um emprego de assistente no TAM. Morreu em 1940, em Moscou, tendo trabalhado até seus últimos dias em O mestre e Margarida, seu romance-testamento.
Veja também
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