Mikhail Bulgákov
408 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-680-1
2017
- (2º edição - 2019)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Espécie de Fausto russo, inspirado na obra de Goethe e na ópera homônima de Charles Gounod, O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov, é considerado um dos grandes romances do século XX.
Situado na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã na cidade acompanhado de um séquito infernal, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. Seu caminho se cruzará com o dos amantes mestre e Margarida - ele um escritor mal compreendido, autor de um romance sobre Pôncio Pilatos, ela uma das personagens mais fortes da literatura russa, que, qual Orfeu, fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido.
Escrito entre 1928 e 1940, ano da morte do autor, mas só publicado no fim dos anos 1960, no Ocidente, e em 1973, na Rússia, o livro se tornou então sucesso imediato no mundo todo e inspirou centenas de adaptações para o teatro, cinema, televisão, animação, ópera, dança e música (inclusive a famosíssima canção "Simpathy for the Devil", dos Rolling Stones).
História de amor e desejo, sátira do mundo das letras e das pequenas e grandes vaidades humanas, além de crítica ferina mas bem-humorada ao regime soviético, o romance empresta recursos da linguagem teatral, musical e mesmo da linguagem cinematográfica, com cortes e saltos temporais e espaciais que imprimem à narrativa um ritmo vertiginoso, divertido e sempre surpreendente - tudo isso captado com maestria pela tradução de Irineu Franco Perpetuo, feita a partir da mais recente edição crítica russa.
Sobre o autor
Mikhail Afanássievitch Bulgákov nasceu em Kíev, na Ucrânia, em 1891, filho de um teólogo e uma professora de piano. Formou-se em Medicina, tendo sido voluntário da Cruz Vermelha durante a Primeira Guerra Mundial. Após a Revolução de 1917, chegou a lutar ao lado do Exército Branco contra os bolcheviques. Nos anos 1920, sob influência de Gógol e H. G. Wells, escreveu contos e novelas satirizando a Nova Política Econômica (NEP), como as narrativas da coletânea Diabolíada (1925) e a novela Um coração de cachorro, rejeitada pela censura no mesmo ano. Publicou também o ciclo de contos Anotações de um jovem médico, de teor autobiográfico, em periódicos locais. Foi como dramaturgo, no entanto, que Bulgákov primeiro alcançou a fama, quando o Teatro de Arte de Moscou (TAM) o convidou a adaptar para os palcos seu romance A guarda branca, uma crônica de Kíev durante a Guerra Civil; o texto foi montado em 1926 com o título Os dias dos Turbin. Após ter várias peças censuradas, Bulgákov queimou seus manuscritos e escreveu em 1930 uma carta ao governo soviético pedindo permissão para deixar o país. Sem a autorização, conseguiu apenas um emprego de assistente no TAM. Morreu em 1940, em Moscou, tendo trabalhado até seus últimos dias em O mestre e Margarida, seu romance-testamento.
Sobre o tradutor
Irineu Franco Perpetuo é jornalista e tradutor, colaborador da revista Concerto e jurado do concurso de música Prelúdio, da TV Cultura de São Paulo. Publicou as seguintes traduções, todas elas diretamente do russo: Pequenas tragédias (2006) e Boris Godunov (2007), de Aleksandr Púchkin; Memórias de um caçador (2013), de Ivan Turguêniev; A morte de Ivan Ilitch (2016), de Lev Tolstói; Memórias do subsolo (2016), de Fiódor Dostoiévski; Vida e destino (2014) e A estrada (2015), de Vassili Grossman; O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov (2017); Salmo, de Friedrich Gorenstein (2018, com Moissei Mountian); Os dias dos Turbin, de Mikhail Bulgákov (2018); Lasca, de Vladímir Zazúbrin (2019), e A infância de Nikita, de Aleksei Tolstói (2021, com Moissei Mountian).
Veja também
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