Paisagens humanas do meu país
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Nâzim Hikmet
576 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-608-5
2015
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Comparado com frequência a Pablo Neruda por sua exuberância lírica e posicionamento político, e a García Lorca por seu enraizamento na paisagem e cultura locais, o poeta turco Nâzým Hikmet (1902-1963) é um dos principais nomes da literatura moderna em todo o mundo, e só a distância entre as línguas justifica seu relativo desconhecimento entre nós.
Esta, que é sua obra máxima, começou a ser escrita na prisão de Bursa, na Turquia, em 1939, como uma enciclopédia dos tipos humanos que o poeta conhecera, e evoluiu para se tornar um verdadeiro épico do século XX. Combinando técnicas do romance, do teatro e do cinema, diálogos epistolares e emissões radiofônicas, trechos de reportagens, canções e contos folclóricos tradicionais, Paisagens humanas do meu país acompanha a vida de homens, mulheres e crianças de diferentes estratos sociais, num entrelaçamento de histórias que têm, entre seus polos de atração, as lutas pela libertação da Turquia na década de 1920 e a experiência da Segunda Guerra Mundial, tratada em muitos planos, dos campos de batalha aos arranjos de bastidores.
O resultado é um livro fora do comum, que se deixa ler como uma espécie de Aleph da conturbada história do nosso tempo, e que desembarca agora pela primeira vez no Brasil, na vigorosa tradução de Marco Syrayama de Pinto, realizada diretamente do original turco.
Sobre o autor
Nascido em Salônica, em 1902, no seio de uma família culta e influente, o escritor Nâzım Hikmet teve uma vida marcada por fugas, exílios, prisões e intensa participação política. Entre 1928 e 1938, publicou nove livros de poemas que revolucionaram a poesia turca. Em 1939 foi encarcerado na prisão de Bursa e começou a redigir Paisagens humanas do meu país. Foi solto em 1950, mesmo ano em que recebeu o Prêmio Internacional da Paz, ao lado de Pablo Neruda e Pablo Picasso. Reconhecido como um dos maiores nomes da literatura mundial do século XX, faleceu em Moscou em 1963. Hoje sua obra está publicada em mais de 50 idiomas.
Sobre o tradutor
Marco Syrayama de Pinto nasceu em São Paulo, em 1979, e formou-se em Línguas Orientais pela USP. Defendeu seu mestrado na mesma universidade em 2006, estudando a reforma linguística turca e os empréstimos da língua árabe no turco moderno. Seu doutorado, iniciado em 2013 na USP e na Universidade do Bósforo, em Istambul, versa sobre a obra modernista Tutunamayanlar (1972), do escritor turco Oðuz Atay (1934-1977). Como tradutor, publicou no Brasil As preces são imutáveis (2010), de Tuna Kiremitçi, o épico turco do século XV O livro de Dede Korkut (2010), que lhe valeu o Prêmio Jabuti de Tradução em 2011, e O palhaço e sua filha (2011), da escritora feminista Halide Edib Adývar.
Veja também
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