Guilherme Gontijo Flores
88 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-703-7
2018
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Vida e morte pulsam neste livro com igual intensidade, tal como pulsam dentro de nós. Nesta quinta coletânea poética de Guilherme Gontijo Flores, carvão : : capim, esses dois elementos quase contraditórios funcionam, conjuntamente, como um símbolo do ciclo da vida.
Dividido em quatro partes, articuladas por dois poemas centrais que reinventam o famoso quadrado mágico poético "Sator/Rotas", o livro parte de uma "Petrografia esparsa", com poemas de cunho social, aludindo às tantas mortes que marcaram e continuam a marcar o solo da nossa história. Em seguida, "História dos animais" propõe uma zoopoética que não deixa de enxergar a beleza da morte iluminada, por exemplo, numa pedra de âmbar. Já "Quatro cantatas fúnebres" traz, entre outros, poemas dedicados à guerrilheira Dinalva Oliveira e ao poeta e revolucionário salvadorenho Roque Dalton, ambos assassinados por motivos políticos.
É sobre esse chão de morte que o livro grassa, indo e voltando sempre ao tema da morte, para desaguar na parte final, "Lo ferm voler" (referência a um verso do trovador provençal Arnaut Daniel), onde o impulso lírico-amoroso vem reafirmar a vida, o viço e a vontade: "Como quem vê no céu/ que estrelas faltam/ achar em cada falta/ seu desejo/ & assim deliberadamente/ desastrá-lo".
Sobre o autor
Guilherme Gontijo Flores nasceu em Brasília, em 1984. É poeta, tradutor e professor de latim na Universidade Federal do Paraná. Publicou os livros de poesia brasa enganosa (Patuá, 2013), Tróiades (Patuá, 2015), l’azur Blasé (Kotter/Ateliê, 2016), ADUMBRA (Contravento, 2016), Naharia (Kotter, 2017), carvão : : capim (Editora 34, 2018), avessa: áporo-antígona (Cultura e Barbárie/quaseditora, 2020) e Todos os nomes que talvez tivéssemos (Kotter/Patuá, 2020), além do romance História de Joia (Todavia, 2019). Como tradutor, publicou, entre outros: A anatomia da melancolia, de Robert Burton (4 vols., Editora UFPR, 2011-2013, vencedor dos prêmios APCA e Jabuti de tradução), Elegias de Sexto Propércio (Autêntica, 2014, vencedor do Prêmio Paulo Rónai de tradução, da Fundação Biblioteca Nacional), Fragmentos completos de Safo (Editora 34, 2017, vencedor do Prêmio APCA de tradução), Epigramas de Calímaco (Autêntica, 2019) e Pantagruel e Gargântua, de Rabelais (Editora 34, 2021). Foi um dos organizadores da antologia Por que calar nossos amores? Poesia homerótica latina (Autêntica, 2017). É coeditor do blog e revista escamandro: poesia tradução crítica). Nos últimos anos vem trabalhando com tradução e performance de poesia antiga e participa do grupo Pecora Loca.
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