Safo - Fragmentos completos
| |
Safo
Edição bilíngue
640 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-670-2
2017
- (2ª edição - 2020)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Nascida na ilha grega de Lesbos, Safo viveu entre os séculos VII e VI a.C., e a qualidade de sua poesia, elaborada para o canto ao som da lira, fez com que o culto a seu nome permanecesse vivo até os dias de hoje. Como pouco se sabe sobre a vida da poeta, cada época projetou em sua figura suas próprias aspirações, de musa da poesia romântica a ícone do amor livre e da afirmação feminina.
No período helenístico, quase trezentos anos após sua morte, sua obra foi recolhida e organizada em nove livros, cada um segundo uma métrica específica, pelos sábios da Biblioteca de Alexandria, e Safo foi incluída na plêiade dos maiores poetas líricos gregos. Entretanto, todos os livros se perderam, e a obra de Safo só sobreviveu por meio de pedaços de papiros e citações em tratados antigos, além de outros registros esparsos, tendo restado um único poema na íntegra, o chamado "Hino a Afrodite".
O presente volume, bilíngue, organizado, traduzido, apresentado e anotado por Guilherme Gontijo Flores, poeta, tradutor premiado e professor de Letras Clássicas da UFPR, reúne toda a produção de Safo que se conhece até hoje, incluindo um poema encontrado em 2004 e dois poemas recém-descobertos em 2014. Para isso, o tradutor realizou um trabalho inédito, compilando as contribuições dos maiores especialistas na autora grega, de modo a produzir o conjunto mais completo possível dos fragmentos sáficos - tudo isso aliado à recriação poética em alto nível de cada pequeno trecho que chegou até nós. O resultado, que incorpora até graficamente as lacunas e os silêncios desse corpus, oferece ao leitor uma visão renovada dessa que é talvez a maior poeta da Antiguidade.
Sobre a autora
Não sabemos praticamente nada sobre Safo, talvez a mais importante poeta da Antiguidade. Ela deve ter vivido na virada dos séculos VII-VI a.C., na ilha grega de Lesbos, próxima à costa da Ásia Menor. Como compositora de poesia mélica, ou lírica, fazia do canto acompanhado da lira a sua arte, talvez vinculada a um grupo de jovens garotas da cidade de Mitilene, capital da ilha. Segundo cronistas antigos, ela teria nascido em Éreso, ou Mitilene, seria filha de Cleís e Escamandro, e teve três irmãos, Caraxo, Eurígio e Lárico, além de uma filha, também chamada Cleís. Caraxo seria mercador, e Lárico, um jovem que libava vinho no pritaneu de Mitilene, função exercida apenas por membros de famílias aristocráticas. É possível que, por divergências políticas, ela tenha se exilado por volta de 590 a.C. na Sicília, possivelmente em Siracusa. Foi contemporânea de Alceu, também de Lesbos, e com ele integrou a plêiade helenística dos nove poetas líricos. Uma tradição posterior, provavelmente fantasiosa, registra que ela morreu ao se atirar de um penhasco em Lêucade, ilha do mar Jônico, por causa do amor não correspondido pelo mitileno Fáon.
Sobre o tradutor
Guilherme Gontijo Flores nasceu em Brasília, em 1984. É poeta, tradutor e professor de latim na Universidade Federal do Paraná. Publicou os livros de poesia brasa enganosa (Patuá, 2013), Tróiades (Patuá, 2015), l’azur Blasé (Kotter/Ateliê, 2016), ADUMBRA (Contravento, 2016), Naharia (Kotter, 2017), carvão : : capim (Editora 34, 2018), avessa: áporo-antígona (Cultura e Barbárie/quaseditora, 2020) e Todos os nomes que talvez tivéssemos (Kotter/Patuá, 2020), além do romance História de Joia (Todavia, 2019). Como tradutor, publicou, entre outros: A anatomia da melancolia, de Robert Burton (4 vols., Editora UFPR, 2011-2013, vencedor dos prêmios APCA e Jabuti de tradução), Elegias de Sexto Propércio (Autêntica, 2014, vencedor do Prêmio Paulo Rónai de tradução, da Fundação Biblioteca Nacional), Fragmentos completos de Safo (Editora 34, 2017, vencedor do Prêmio APCA de tradução), Epigramas de Calímaco (Autêntica, 2019) e Pantagruel e Gargântua, de Rabelais (Editora 34, 2021). Foi um dos organizadores da antologia Por que calar nossos amores? Poesia homerótica latina (Autêntica, 2017). É coeditor do blog e revista escamandro: poesia tradução crítica). Nos últimos anos vem trabalhando com tradução e performance de poesia antiga e participa do grupo Pecora Loca.
Veja também
|