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Crítica, teoria literária e linguística
 

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Notas sobre literatura, cultura e ciências humanas

 

Mikhail Bakhtin

Tradução de Paulo Bezerra
Organização, tradução, posfácio e notas de
Paulo Bezerra

Notas da edição russa de Serguei Botcharov


104 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-666-5
2017 - 1ª edição (1º reimpressão 2019)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Notas sobre literatura, cultura e ciências humanas reúne três textos de Mikhail Bakhtin (1895-1975), escritos no final de sua vida, que representam um verdadeiro "testamento teórico" do autor, como afirma o tradutor Paulo Bezerra em seu posfácio a esta edição.
"A ciência da literatura hoje", de 1970, propõe dar primazia à história da cultura nos estudos literários, no lugar dos condicionantes econômicos e sociais. Nos "Fragmentos dos anos 1970-1971", extraídos de seus cadernos de anotações, Bakhtin repassa os temas que o consagraram, prospectando projetos a serem desenvolvidos no futuro. No texto final, "Por uma metodologia das ciências humanas", publicado em 1975, o autor sintetiza em uma frase um dos motes de sua produção intelectual: "O objeto das ciências humanas é o ser expressivo e falante. Esse ser nunca coincide consigo mesmo e por isso é inesgotável em seu sentido e significado".


Sobre o autor
Mikhail Bakhtin nasceu em 1895 em Oriol, na Rússia. Estudou em Odessa e Petrogrado, foi professor de história, sociologia e língua russa na cidade de Nével, na década de 1910, e liderou um grupo de intelectuais que ficaria conhecido como o Círculo de Bakhtin. Em 1928 foi preso pelo regime de Stálin, mas ainda conseguiu publicar um de seus trabalhos mais importantes, Problemas da obra de Dostoiévski (1929). Condenado a um campo de trabalhos forçados, teve a pena comutada para o degredo no Cazaquistão, onde viveu até 1936. Bakhtin continuou proibido de viver em grandes cidades e se estabeleceu em Saransk, isolado do circuito acadêmico e literário da União Soviética, trabalhando como professor em escolas públicas. O autor foi resgatado somente na década de 1960 por três estudantes de Moscou —Kójinov, Botcharov e Gátchev —, que o ajudaram a se reintegrar ao cenário intelectual do país e a editar suas obras: o ensaio sobre Dostoiévski foi revisto e publicado com o título Problemas da poética de Dostoiévski (1963), e foram editadas sua tese de doutorado A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais (1965) e a coletânea de ensaios Questões de literatura e de estética (1975). Faleceu em Moscou, em 1975.


Sobre o tradutor
Paulo Bezerra estudou língua e literatura russa na Universidade Lomonóssov, em Moscou, e foi professor de teoria da literatura na UERJ e de língua e literatura russa na USP. Livre-docente em Letras, leciona atualmente na Universidade Federal Fluminense. Já verteu diretamente do russo mais de quarenta obras nos campos da filosofia, psicologia, teoria literária e ficção, destacando-se suas traduções de Crime e castigo, O idiota, Os demônios, O adolescente e Os irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Em 2012 recebeu do governo da Rússia a Medalha Púchkin, por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior.



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