Teoria do romance II
As formas do tempo e do cronotopo
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Mikhail Bakhtin
Organização da edição russa de Serguei Botcharov e Vadim Kójinov
272 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-712-9
2018
- (1º edição - 2018)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Desenvolvida nos anos 1930, a Teoria do romance de Bakhtin só foi publicada, e de forma parcial, no ano de sua morte, em 1975, no volume Questões de literatura e de estética. Apenas em 2012 o texto integral veio à luz, na Rússia, no conjunto de suas Obras reunidas. É a partir dessa nova edição crítica que se publica agora no Brasil o segundo tomo da Teoria do romance, com tradução de Paulo Bezerra.
Este volume introduz um dos conceitos-chave do pensamento de Bakhtin, o "cronotopo", ou seja, a configuração do tempo e do espaço na prosa literária. Neste "ensaio de poética histórica", o autor parte do romance grego, passa pelas obras de Apuleio e Petrônio, pelo gênero biográfico e autobiográfico (Platão, Plutarco, Santo Agostinho), pelo folclore, pelos romances de cavalaria (incluindo uma original análise da Comédia de Dante) e pelos personagens picarescos, para chegar na extraordinária obra de François Rabelais.
Sobre o autor
Mikhail Bakhtin nasceu em 1895 em Oriol, na Rússia. Estudou em Odessa e Petrogrado, foi professor de história, sociologia e língua russa na cidade de Nével, na década de 1910, e liderou um grupo de intelectuais que ficaria conhecido como o Círculo de Bakhtin. Em 1928 foi preso pelo regime de Stálin, mas ainda conseguiu publicar um de seus trabalhos mais importantes, Problemas da obra de Dostoiévski (1929). Condenado a um campo de trabalhos forçados, teve a pena comutada para o degredo no Cazaquistão, onde viveu até 1936. Bakhtin continuou proibido de viver em grandes cidades e se estabeleceu em Saransk, isolado do circuito acadêmico e literário da União Soviética, trabalhando como professor em escolas públicas. O autor foi resgatado somente na década de 1960 por três estudantes de Moscou —Kójinov, Botcharov e Gátchev —, que o ajudaram a se reintegrar ao cenário intelectual do país e a editar suas obras: o ensaio sobre Dostoiévski foi revisto e publicado com o título Problemas da poética de Dostoiévski (1963), e foram editadas sua tese de doutorado A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais (1965) e a coletânea de ensaios Questões de literatura e de estética (1975). Faleceu em Moscou, em 1975.
Sobre o tradutor
Paulo Bezerra estudou língua e literatura russa na Universidade Lomonóssov, em Moscou, e foi professor de teoria da literatura na UERJ e de língua e literatura russa na USP. Livre-docente em Letras, leciona atualmente na Universidade Federal Fluminense. Já verteu diretamente do russo mais de quarenta obras nos campos da filosofia, psicologia, teoria literária e ficção, destacando-se suas traduções de Crime e castigo, O idiota, Os demônios, O adolescente e Os irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Em 2012 recebeu do governo da Rússia a Medalha Púchkin, por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior.
Veja também
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