Geoffrey Chaucer
Edição bilíngue
Posfácio e notas adicionais de José Roberto O'Shea
Xilogravuras da edição de William Caxton de 1483
784 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-562-0
2014
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Redigidos por Geoffrey Chaucer entre 1386 e 1400, Os Contos de Canterbury são o primeiro grande clássico da literatura mundial composto em língua inglesa e provaram ser, ao longo do tempo, fonte recorrente de inspiração para autores tão diversos como William Shakespeare, James Joyce e Pier Paulo Pasolini, que o adaptou para o cinema.
Com uma estrutura análoga ao Decameron, de Boccaccio, mas sem nada dever à obra do italiano, aqui trinta peregrinos (entre os quais se inclui o próprio autor) partem em romaria para a catedral de Canterbury e durante a viagem contam, cada um à sua maneira, uma história para entreter o grupo. O conjunto das narrativas forma um panorama extremamente vivo dos gêneros cultivados na época - o romance de cavalaria, o poema heroico-cômico, a fábula, as legendas dos santos e a narrativa popular, com tons que vão do cômico ao sublime, do tratado moral à pura malícia e picardia.
A partir dessa multiplicidade de registros e situações, Chaucer compôs um conjunto coeso que casa com perfeição os discursos com a profissão e a personalidade de quem narra, criando um jogo de espelhos entre as histórias que ilumina de maneira fascinante as diversas facetas da vida medieval.
A presente edição, bilíngue, traz a premiada tradução em prosa de Paulo Vizioli, realizada diretamente a partir do original em inglês médio, além de notas e uma esclarecedora introdução do tradutor sobre Chaucer e o contexto histórico de sua obra. Complementam o volume notas adicionais e um posfácio redigidos por José Roberto O'Shea, professor-titular de literatura inglesa da UFSC, e as xilogravuras realizadas para a primeira edição ilustrada do livro, impressa por William Caxton em 1483.
Sobre o autor
Geoffrey Chaucer nasceu em Londres, por volta de 1342, filho de um comerciante de vinhos. Foi valete do terceiro filho do rei Eduardo III, junto a quem pode ter uma educação esmerada, e frequentou a escola de Direito em Londres. Por volta de 1366 casou-se com Philippa de Roet, dama a serviço da rainha. Em paralelo a trabalhos administrativos junto à corte e missões diplomáticas em Navarra, Flandres, França e Itália (onde teria conhecido Petrarca), exerceu sua carreira de poeta, sendo autor de O Livro da Duquesa (1370), A Casa da Fama (1379), O Parlamento das Aves (1382), Troilo e Criseida (1385) e A Legenda das Mulheres Exemplares (1386). De 1374 a 1386 Chaucer foi inspetor alfandegário dos mercadores de lã, cargo de prestígio, residindo em Aldgate. Perdendo a posição por injunções políticas, estabeleceu-se em Kent, onde começou a compor Os Contos de Canterbury (1386-1400), sua obra mais importante. Em 1389 foi designado Fiscal de Obras do Rei, trabalho que lhe trouxe muitas dívidas. Quando conseguiu se recuperar financeiramente com uma pensão, mudou-se para Westminster, onde acabou falecendo em 25 de outubro de 1400. Seu corpo foi sepultado na célebre abadia, junto aos túmulos dos reis da Inglaterra, o primeiro literato a merecer tal honra.
Sobre o tradutor
Paulo Vizioli nasceu em 1934, em Piracicaba, SP. Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em 1958. Após cursar a pós-graduação na Universidade de Yale, nos EUA (1959-60), voltou ao Brasil e tornou-se docente no Curso de Língua Inglesa e Literaturas Inglesa e Norte-Americana da Universidade de São Paulo, onde em 1976 alcançou o título de professor titular. De 1964 até sua aposentadoria em 1987, foi responsável geral pelos cursos de inglês da USP. Como tradutor publicou, entre outros livros: Poetas de Inglaterra, em colaboração com Péricles Eugênio da Silva Ramos (1970); Poesia e prosa selecionadas, de William Blake (1984), Prêmio Jabuti de Tradução em 1994; e Os Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer (1988), Prêmio Nacional de Tradução do INL. Durante uma viagem à Itália, faleceu no vilarejo de Borgo San Lorenzo, na Toscana, em 10 de outubro de 1999.
Veja também
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