Sófocles
Ensaio de Bernard Knox
Edição bilíngue
232 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-129-6
2022
- 1ª edição
A figura de Ájax, um dos heróis da Guerra de Troia, tem fascinado o público desde a mais remota Antiguidade. Na Ilíada ele já era retratado como um personagem arcaico, um indômito guerreiro que portava um enorme escudo e eventualmente atirava pedras nos inimigos.
Nesta tragédia de Sófocles (496-406 a.C.), um dos pontos altos da dramaturgia mundial, o foco volta-se para a sua derrocada. Após o julgamento que destinou as armas de Aquiles a Odisseu, e não a ele, que tinha sido o responsável por deter as forças troianas na ausência do maior herói grego, Ájax se revolta e decide matar Agamêmnon, Menelau e o próprio Odisseu. Nesse momento intervém a deusa Atena, que faz com que Ájax massacre os rebanhos de seu exército acreditando se tratar do contingente grego.
A partir desse evento, Sófocles vai discutir uma das questões centrais de sua época: como as tradições das antigas aristocracias, representadas na peça por Ájax, poderiam ser medidas em face dos novos valores da democracia ateniense? Ou mais amplamente: como as convicções mais profundas de uma sociedade são afetadas pela passagem do tempo?
O presente volume, bilíngue, inclui o clássico ensaio de Bernard Knox sobre a tragédia, em que o eminente helenista discute esse e outros temas, e a brilhante tradução de Trajano Vieira, na qual toda a riqueza de registros do texto sofocliano foi recriada com talento e esmero em nossa língua.
Sobre o autor
Filho de Sófilo, Sófocles nasceu em Colono, vila próxima a Atenas, em 496 a.C. É autor de 123 peças, das quais só conhecemos sete: Ájax, Antígone, As Traquínias, Electra, Édipo Rei, Filoctetes e Édipo em Colono. Considerado um dos maiores dramaturgos da Grécia Antiga, junto com Ésquilo e Eurípides, teve participação destacada na vida pública de Atenas, seja como tesoureiro entre 443 e 442 a.C., seja como general durante a revolta de Samos (441 a.C.), além de ter sido um dos dez conselheiros designados para reverter a situação crítica por que passava a cidade após a derrota de sua armada em Siracusa (413 a.C.). Viveu cerca de noventa anos, vindo a falecer em 406 a.C.
Sobre o tradutor
Trajano Vieira é doutor em Literatura Grega pela Universidade de São Paulo (1993), bolsista da Fundação Guggenheim (2001), com pós-doutorado pela Universidade de Chicago (2006) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (2009-2010), e desde 1989 professor de Língua e Literatura Grega no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, onde obteve o título de livre-docente em 2008. Tem se dedicado a verter poeticamente tragédias do repertório grego, como Agamêmnon (2007) e Sete contra Tebas (2018), de Ésquilo; Édipo Rei (2001) e Filoctetes (2009), de Sófocles; e Medeia (2010) e As Troianas (2021), de Eurípides. É também o tradutor das comédias Lisístrata, Tesmoforiantes (2011) e As Rãs (2014), de Aristófanes; do poema Alexandra, de Lícofron (2017); e da Ilíada (2020) e da Odisseia, de Homero (2011), entre outros. Suas versões do Agamêmnon e da Odisseia receberam o Prêmio Jabuti de Tradução.
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