Johann Wolfgang von Goethe
Apresentação, comentários e notas de Marcus Vinicius Mazzari
Edição bilíngue
552 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-291-9
2004
- (7ª edição - 2020)
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
"Último grande poema dos tempos modernos", no dizer de Otto Maria Carpeaux, o Fausto de Goethe está para a modernidade assim como a Comédia de Dante para a Idade Média. Representa não só a obra máxima de seu autor, mas a suma do conhecimento e das aspirações de sua época.
A presente edição do Fausto I, bilíngue, devolve ao leitor brasileiro a elogiada tradução de Jenny Klabin Segall, isenta dos equívocos tipográficos acumulados em sucessivas reedições, e acrescida de apresentação, comentários e notas de Marcus Vinicius Mazzari. Além disso, traz ainda as famosas litografias de Delacroix e o chamado "Saco de Valpúrgis" — versos blasfemos que, num gesto de autocensura do próprio Goethe, permaneceram à margem da edição canônica de 1808, agora publicados pela primeira vez em nosso país.
Sobre o autor
Johann Wolfgang von Goethe nasceu em 1749 em Frankfurt am Main, na Alemanha. Iniciou os estudos de Direito em Leipzig, aos 16 anos, ao mesmo tempo em que lia os clássicos franceses e escrevia seus primeiros poemas, interessando-se também pelas Ciências Naturais. Em 1770 transfere-se para Estrasburgo, onde conhece Herder e completa os estudos de Direito. Em 1772, já trabalhando em Wetzlar como advogado, escreve a peça Götz von Berlichingen, de inspiração shakespeariana, e começa a redigir o Fausto, que seria sua obra-prima. Em 1774 publica Os sofrimentos do jovem Werther, romance que obtém enorme sucesso e transforma o jovem poeta em um dos mais eminentes representantes do movimento “Tempestade e Ímpeto”. No ano seguinte aceita o convite do jovem duque de Weimar para trabalhar na corte daquela pequena cidade: como alto funcionário da administração, o escritor desdobra-se em homem de Estado. Após dez anos, em 1786, enfastiado com o trabalho, parte para a Itália com um nome falso, experiência registrada no livro Viagem à Itália, publicado em dois volumes, em 1816 e 1829. Quando retorna a Weimar, em 1788, estabelece amizade com Schiller, professor na Universidade de Iena. Em 1790 assume a superintendência dos Institutos de Arte e Ciências de Weimar e Iena e, no ano seguinte, a direção do Teatro de Weimar. Lança depois o romance de formação Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister (1796), o poema épico Hermann e Dorothea (1797), a primeira parte do Fausto (1808), o romance As afinidades eletivas (1809) e a autobiografia Poesia e verdade (redigida entre 1811 e 1831), entre outras obras. Após sessenta anos de trabalho no Fausto, Goethe conclui a segunda parte da tragédia, meses antes de falecer em Weimar, em 1832.
Sobre a tradutora
Jenny Klabin Segall nasceu em 1899 em São Paulo, filha de imigrantes judeus de origem russa. Em 1904 sua família se muda para Berlim, onde Jenny conhece o pintor russo Lasar Segall. Os dois irão se reencontrar no Brasil e se casam em 1925, em São Paulo. A partir de 1926 o casal inicia um período de viagens entre Berlim e Paris, cidades onde nascem seus filhos Mauricio, em 1926, e Oscar, em 1930. De volta ao Brasil, fixam residência na Vila Mariana em casa projetada por Gregori Warchavchik. Participam então ativamente da SPAM (Sociedade Pró-Arte Moderna), levando adiante os ideais de renovação e rebeldia do Modernismo de 22. Em meados dos anos 1930, Jenny inicia sua longa atividade literária, traduzindo obras fundamentais como o Fausto I, de Goethe, e peças de Molière, Racine e Corneille. Após a morte de Lasar Segall, em 1957, Jenny passa a se dedicar exclusivamente à organização do acervo do artista. Em meados da década de 1960 retoma o trabalho literário, completando a tradução do Fausto II, há muito aguardada pelos críticos. Em 1967 Jenny Klabin Segall falece em São Paulo, um mês antes da inauguração do Museu Lasar Segall na cidade, hoje incorporado ao IPHAN.
Sobre o ilustrador
Eugène Delacroix é um dos mais célebres pintores do século XIX. Nasceu em Charenton-Saint Maurice, perto de Paris, em 1798, filho do embaixador francês em Haia. Em 1815 ingressa na École de Beaux-Arts, em Paris, identificada com o Neoclassicismo. Em 1822, no entanto, apresenta no Salão a tela Dante e Virgílio nas regiões infernais, considerada “uma revolução” por Baudelaire, e dois anos depois já é considerado o líder inconteste da nova escola romântica de pintura. Em 1828 é publicada uma edição de luxo do Fausto I de Goethe com 17 litografias de sua autoria. Após as barricadas de Paris, apresenta no Salão de 1831 sua pintura mais famosa, A Liberdade guiando o povo. No ano seguinte viaja pela Algéria e Marrocos, e pinta em 1834 a célebre tela As mulheres de Argel. Após um período trabalhando em uma série de encomendas oficiais na França, passa a integrar o júri do Salão em 1849. Falece em Paris, em 1863, aos 65 anos de idade.
Veja também
|