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Indicações |
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Foram registradas em áudio as mesas-redondas da série Encontros de Literatura Russa, realizada pela Editora 34 e o Centro Universitário Maria Antonia no final de 2012. Esses registros estão disponíveis aqui.
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Reedições |
Aristófanes, Lisístrata ou A greve do sexo |
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Hilda Machado, Nuvens |
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Isaac Bábel, No campo da honra e outros contos |
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Marcus Vinicius Mazzari, Labirintos da aprendizagem |
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Zuza Homem de Mello, Música nas veias |
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Maksim Górki, Meu companheiro de estrada e outros contos |
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Jacques Rancière, Políticas da escrita |
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José Almino, O motor da luz |
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Franz Kafka, O desaparecido ou Amerika |
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Henrique Cazes, Choro |
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Aracy A. Amaral, Blaise Cendrars no Brasil e os modernistas |
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Dominique Dreyfus, O violão vadio de Baden Powell |
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Pierre Clastres, Crônica dos índios Guayaki |
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Erich Auerbach, Ensaios de literatura ocidental |
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Bertolt Brecht, Histórias do sr. Keuner |
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 Editora 34 na internet |
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Com o lançamento de Escritos da casa morta, de Fiódor Dostoiévski, com tradução de Paulo Bezerra, a Editora 34 conclui a publicação das obras completas de ficção do autor, sempre em traduções diretas do original. O projeto foi iniciado com a edição de Memórias do subsolo, na tradução de Boris Schnaiderman, em setembro de 2000, e inclui 24 volumes, de Gente pobre a Os irmãos Karamázov, passando por Noites brancas, Crime e castigo, Um jogador e muitos outros. | |
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Depois da experiência radical que recolheu em Escute as feras, a antropóloga francesa Nastassja Martin retorna, em A leste dos sonhos, ao Grande Norte e a seu diálogo com os even da península de Kamtchátka. Os “personagens” são os mesmos: Dária, seus filhos e filhas, o pequeno grupo que a seguiu de volta à floresta, que enfrentou a colonização russa da Sibéria e o fim da União Soviética, e agora lida com a pilhagem capitalista do território e a aceleração da mudança climática. Martin põe-se a interrogar as respostas even a essas crises, sendo o retorno ao sonho e ao mito entendidos não como regressão, mas como gesto audaz de captação de um mundo em vertiginosa metamorfose, algo que diz respeito tanto aos even como a cada um de nós. |
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Teatro reunido apresenta um conjunto de catorze peças, oito delas inéditas, assinadas por Augusto Boal (1931-2009), um dos maiores teatrólogos do século XX. Aqui estão as primeiras peças escritas nos anos 1950 quando estudou em Nova York com John Gassner, mestre de Tennessee Williams e Arthur Miller, e aquelas criadas para o Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias do Nascimento. A época do Teatro de Arena é representada por Revolução na América do Sul (1960), a primeira obra em nosso teatro a incorporar formalmente as lições de Brecht, além de uma série de peças que buscaram reagir à repressão após o golpe de 1964. O círculo se fecha com O amigo oculto e A herança maldita, dupla em chave cômico-crítica à família burguesa, redigidas já no início do século XXI. O volume inclui ainda um ensaio de Iná Camargo Costa, escrito para esta edição, e um apêndice com documentos de época, textos críticos e depoimentos assinados por Boal, Sábato Magaldi, Fernando Peixoto e Gianfrancesco Guarnieri.
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Publicada em 1857, a novela Ássia é um dos exemplos mais acabados do talento de Ivan Turguêniev, um dos maiores escritores russos, em revelar, sem panfletarismo, as estruturas mais profundas da sociedade de seu país. O enredo aparentemente singelo — em que um nobre russo viajando pela Alemanha faz amizade com um casal de irmãos, também russos, e se apaixona pela irmã mais nova, Ássia — traz, em uma camada mais profunda, uma discussão sobre as relações entre as elites e os servos emancipados. Ao mesmo tempo, o livro aborda o tema do “homem supérfluo”, aquela geração de jovens da nobreza russa que tinha grandes ideais, mas era incapaz de colocá-los em prática. No posfácio ao volume, a tradutora Fátima Bianchi aponta os fortes elementos autobiográficos inscritos na narrativa, e demonstra que esta novela concisa ocupa um lugar central na vida e obra de Turguêniev. |
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Prometeu Prisioneiro, de Ésquilo (525-456 a.C.), é uma peça única dentre as tragédias gregas, ao trazer, de forma inédita, seres divinos como protagonistas. A história tem início quando Força, Poder e Hefesto, por ordem de Zeus, acorrentam Prometeu a uma montanha nos confins do planeta. Preso e prestes a ser castigado por ter ensinado o uso do fogo aos humanos, o Titã é visitado pelo coro das Oceânides, por Oceano, por Io e por Hermes, que tentam demovê-lo de seu enfrentamento com o novo chefe do Olimpo. Verdadeiro libelo contra a tirania, a peça é apresentada aqui na esmerada tradução de Trajano Vieira. A edição, bilíngue, inclui ainda um posfácio do tradutor, excertos da crítica e um alentado ensaio do classicista inglês C. J. Herington. |
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Este novo livro de Philippe Descola, um dos mais ilustres antropólogos da atualidade, tem por ponto de partida um fato simples: em todas as épocas e lugares de que temos notícia, os seres humanos dedicaram-se à criação de imagens. Como entender isso que parece ocupar lugar tão central nas sociedades humanas? Para responder à questão, Descola estuda materiais de todos os continentes, sejam eles de data pré-histórica, antiga ou contemporânea, e o faz de tal maneira a subverter tanto os lugares-comuns da antropologia como os da história da arte. Nesta obra fartamente ilustrada, vemos como as imagens nos permitem acessar, às vezes mais do que as palavras, as diferentes cosmologias, explícitas ou não, que conformam a condição humana. |
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Entremeando cálculo e acaso, matemática e linguagem verbal, os contos de Números naturais — estreia da bióloga, cientista e escritora Marcella Faria no campo da ficção — não só exploram a ambiguidade do verbo contar (números e histórias), mas propõem um intrigante jogo de espelhamentos no qual natureza e cultura multiplicam seus sentidos. Como observou Roberto Zular, os 26 textos deste livro altamente estruturado parecem “falar a partir desse lugar impossível onde o mapa e a singularidade dos lugares, os desejos e as realizações, se cruzam”. E é precisamente nesse cruzamento inesperado que a arte narrativa revela a sua potência. |
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Durante os quinze anos que viveu no Rio de Janeiro, entre 1816 e 1831, Jean-Baptiste Debret, um filho da Revolução Francesa, teve existência dupla: serviu dom João VI e dom Pedro I, e, ao mesmo tempo, registrou em inúmeros desenhos e aquarelas o que via nas ruas daquela cidade tropical, violenta e escravocrata. De volta à França, publicou Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, obra recusada pela Biblioteca Imperial pelo que revelava de nossa sociedade. Em Rever Debret, Jacques Leenhardt, diretor de pesquisas da EHESS em Paris, convida-nos a revisitar a produção deste artista, bem como sua longa e atribulada fortuna entre nós. Agora, em pleno século XXI, pela crítica e paródia de jovens artistas ameríndios e afro-brasileiros, inspirados em sua obra, vão se plasmando novas formas de imaginar nossa nação em uma perspectiva livre da sombra colonial. |
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Coisa de mamíferos, segundo livro do poeta e dramaturgo João Mostazo, surpreende os leitores pela indagação feroz que move os seus versos. Neles o que está em jogo não é a expansão lírica do sujeito, mas sim a escavação do enigma que constitui a matéria mais íntima dos indivíduos: a própria consciência. Daí a presença recorrente, ao longo de todo o livro, de ossos, dentes e fósseis que cifram, talvez, a irredutibilidade do ato de pensar, combinando um impulso caótico de revolta, um nítido desejo de ordem e uma inquietação de fundo apocalíptico para explorar um território pouco comum na poesia brasileira contemporânea. |
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Stéphane Huchet, formado pela EHESS em Paris e professor titular de História da Arquitetura e Teoria da Arte na UFMG, analisa em A sociedade do artista os principais impasses e desafios que envolvem a produção, a recepção e a própria conceituação da arte no mundo hoje. Tomando como referência as reflexões de Joseph Beuys, Enzo Cucchi e Jannis Kounellis em seu encontro na Basileia em 1985, Huchet investiga em onze capítulos — e uma inspirada coda — as relações entre arte, ativismo artístico, regimes estéticos e utopia social, reservando uma atenção especial às interrogações acerca do fim da arte e do fazer do artista, e colocando em questão tanto a ilusão do novo quanto o apagamento histórico hoje em voga. |
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Em Seu dedo é flor de lótus, o poeta Guilherme Gontijo Flores reimagina e reinventa em nossa língua, de forma extremamente pessoal, 53 poemas e 12 fragmentos que formam o corpus de toda a poesia amorosa do Antigo Egito que sobreviveu até os nossos dias.
Anônimos e compostos entre os séculos XIII e XI a.C., estes versos foram transcritos da linguagem hieroglífica, que não registra vogais, e seu caráter lacunar leva os estudiosos a uma série de conjecturas que confrontam a própria ideia de um texto original. Esta e outras questões são abordadas em um alentado posfácio, em que o autor — recuperando proposições de Jacques Derrida, Pascal Quignard e Henri Meschonnic — discute o processo de recriação destes belos poemas.
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